Autor: Giancarlo Galdino

“Todo Mundo em Pânico” carrega nas tintas, sim, mas chega a ser óbvio que, decantado o excesso, podem-se tirar algumas lições de um enredo cuja força está mesmo na subversão, além de, claro, se obter entretenimento genuíno sem grandes pretensões. O diretor Keenen Ivory Wayans consegue enfiar os dois pés na jaca do slasher enquanto vai dosando medidas de suspense num conto de mortes absurdas, epílogo de tramas que, ninguém duvida, de fato só acontecem em filmes dessa natureza.

“Diamantes do Caos” observa com rigor as muitas regras tácitas da boa narrativa africana, apostando com convicção num enredo que, sem dúvida, qualquer um é capaz de absorver. Kunle Afolayan parece nutrir uma obsessão por aqueles temas que condicionam o gênero humano a artífice de sua própria jornada, o que, quando levado a sério, é a maior aventura a que alguém pode se lançar.

Graças a mais um dos tantos ardis da tecnologia, já empregada com sucesso em “O Irlandês” (2019), de Martin Scorsese, com efeito reverso, foi possível a Smith dar vida aos dois papéis centrais do longa do taiwanês Ang Lee, e o protagonista de “King Richard” ficou a cara do ator de “Feita por Encomenda” (1993), levado à tela por Richard Benjamin, ou seja, ele mesmo, trinta anos atrás. Lee confronta seu personagem central com a versão mais jovem e mais tola de si mesmo num enredo intrincado, em cuja essência está o sempiterno desejo do homem de burlar a morte.