Autor: Giancarlo Galdino

O que sobra quando o amor vai embora — 7 livros sobre o depois

O que sobra quando o amor vai embora — 7 livros sobre o depois

O amor nunca acaba de uma vez. Quando um casal se separa, pela vida ou pela morte, ficam ainda as lembranças, tentando preencher um vazio grande demais, de emoções inexplicáveis, perguntas que podem continuar sem resposta para sempre, o vão esforço de botar alguma ordem no caos. Nos sete títulos dessa lista, ausência, pranto, graças e a procura por sentido são destrinchados por autores como a ensaísta americana Joan Didion (1934-2021) e o filósofo polonês Zygmunt Bauman (1925-2017), cada qual com pontos de vista opostos, mas complementares, a respeito do mais humano dos sentimentos.

Ser culto virou arrogância? Ou a burrice ficou charmosa demais?

Ser culto virou arrogância? Ou a burrice ficou charmosa demais?

Nelson Rodrigues (1912-1980) talvez tivesse de rever seus conceitos ao falar sobre os burros, idiotas e afins. Em certa ocasião, o Anjo Pornográfico, arguto observador da natureza humana, cravou que invejava a burrice, porque era eterna. Estúpidos, néscios, boçais, tolos e ignorantes seguem mesmo compondo uma verdadeira força da natureza, gloriosa, imbatível, chegando ao topo da cadeia de comando pela via democrática, sem ter de dar um grito sequer.

Funk não é o vilão. Mas cantar que vai bater numa mulher pode ser arte?

Funk não é o vilão. Mas cantar que vai bater numa mulher pode ser arte?

O Brasil não é para principiantes, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador não são para principiantes. Nesse suco de desalento, melancolia, aquela inglória luta pela sobrevivência, borbulha, lá no fundo do tacho, força, alegria de viver e obstinação, afinal, a gente vive é de teimoso. Tido por muitos como alienante, banal, vulgar, música barata sem nenhum valor, o centenário samba, para horror das madames, resistiu. E gerou numerosa prole.

Na Netflix: ela perdeu o marido. Ele ganhou o coração dele. O que acontece depois vai te desmontar Divulgação / Netflix

Na Netflix: ela perdeu o marido. Ele ganhou o coração dele. O que acontece depois vai te desmontar

Solidão, trapaças do destino, inseguranças da meia-idade, amores insólitos e extasiantes: há um pouco de tudo isso em “Coração Delator”, que não tem nenhuma relação com o conto de Edgar Allan Poe (1809-1849), adaptado por Ted Parmelee (1912-1964) em 1953. Em seu novo trabalho, o argentino Marcos Carnevale continua a tratar de assuntos delicados, ainda que menos herméticos que os esgrimidos em “Anita” (2009) e “Goyo” (2024) — e sem a mesma desenvoltura também.

Os 10 maiores filmes filosóficos da história do cinema Divulgação / Fox Searchlight Pictures

Os 10 maiores filmes filosóficos da história do cinema

Desde que surgiu, no final do século 19, o cinema tem sido uma das manifestações artísticas mais poderosas do gênero humano, e uma de suas primas mais velhas não fica atrás. No século 6 a.C., a filosofia já tentava dar ao homem alguma explicação para as muitas irrequietudes de sua alma, imiscuindo-se em todos os assuntos que nos interessam, grandes ou pequenos, insignes ou prosaicos. Dez produções figuram nessa lista como ocasiões mágicas em que a beleza do cinema encontra a urgência intelectual da filosofia e suas atormentações libertadoras. E não pode haver nada mais estimulante que a harmonia perfeita, a da forma com o conteúdo.