Autor: Giancarlo Galdino

Maravilhoso e peculiar, obra-prima de Stephen Frears traz uma história inesquecível e é um dos melhores filmes do Prime Video

Maravilhoso e peculiar, obra-prima de Stephen Frears traz uma história inesquecível e é um dos melhores filmes do Prime Video

Há mais mistérios entre o céu e a terra do que possa imaginar a vã filosofia dos homens, disse certa feita William Shakespeare (1564-1616), numa de suas grandes contribuições para esta pobre humanidade. Ricardo 3º passou à História como um arqui-vilão, vocábulo inventado por ele, um déspota implacável, usurpador de um trono a que não tinha direito. Philippa Langley nunca digeriu o imbróglio, e em “O Rei Perdido” Stephen Frears conta as melhores partes da saga de Langley, uma ricardiana amadora, quanto a provar que a imaginação de Shakespeare havia ido um pouco longe demais.

Aclamado pela crítica, o faroeste mais intenso e visceral do cinema nos últimos anos acaba de estrear no Prime Video Divulgação / Cuvision

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“O Vento”, a história de um casal isolado em algum rincão da América profunda durante o século 19, aos poucos se desprende dos rótulos, tornando-se um conto de desesperança acerca da força ambivalente da solidão, que pode tanto prestar-se a um inigualável meio para o autoconhecimento como espalhar ainda mais aridez sobre na vida de gente pobre e desassistida, impressionável com os discursos certeiros de falsos profetas.

Influenciado por Bergman e baseado na teoria do salto de fé de Kierkegaard, novo filme da Netflix vale cada milésimo de segundo do seu tempo Divulgação / Netflix

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A picardia cínica de Machado de Assis (1839-1908), contudo, aplica-se em algum grau a Stella e Gustav, os protagonistas de “O Que Tiver Que Ser”, a comovente dramédia da sueca Josephine Bornebusch, que emula o Bruxo do Cosme Velho ao querer definir o amor e dissociá-lo de sua prova factual mais evidente — ao menos do ponto de vista sociojurídico. Para Bornebusch, uma humilde discípula de Bergman, o amor foi mesmo feito por Deus, mas o casamento é uma invenção do diabo, que tomou a cabeça do homem e o fez confundir este com o primeiro. Até que a providencial morte separe quem Ele uniu.

Um filme absolutamente encantador te espera no canal Max — pare tudo e assista neste fim de semana Divulgação / Sony Pictures

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“Pequenas Cartas Obscenas” é daquelas histórias inverossímeis porque escritas pela própria vida como ela é, cheias de deliciosos absurdos, contradições fundamentais, vaivéns, intriguinhas tacanhas, uma autêntica bola de neve que aumenta de tamanho à medida que desce a gigantesca ladeira do convívio obrigatório entre as pessoas. Thea Sharrock narra os bastidores de uma estranha confusão envolvendo duas mulheres, engraçados sob o olhar do roteirista Jonny Sweet, que destaca o burlesco de tudo aquilo.

Top 1 mundial em 87 países: suspense de ação é o filme mais assistido do Prime Video na atualidade Divulgação / Amazon Prime Video

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O fim do mundo continua a ser um fetiche avassalador, e agora para além de fronteiras anglo-saxônicas. É o que se pode constatar em “Apocalipse Z: O Princípio do Fim”, sensação no Festival de Sitges, na Catalunha, especializado em filmes de terror e fantasia. Carles Torrens, um dos expoentes da nova geração do cinema da Espanha, tem o condão de oxigenar clichês ao passo que deixa muito claro que seu filme é, sim, como enuncia o próprio título, uma história sobre um possível ocaso abrupto e incontornável da humanidade, valendo-se da recente pandemia de covid-19 para esboçar inferências acerca da finitude imanente.