Na Netflix, o thriller mais sombrio de Scorsese coloca De Niro e Nick Nolte em um confronto inesquecível
Martin Scorsese continua a ser o diretor mais personalista de Hollywood. Em seus filmes, sempre há espaço para a sofisticação, ainda que uma violência atávica tenha de eclodir, como se vê em “Cabo do Medo”, a história de um homem cujo desejo insano por reparação o consome, o alimenta e o destrói. Em sua versão para “Círculo do Medo” (1962), de J. Lee Thompson (1914-2002), Scorsese mescla ordem e caos, beleza e hediondez, obtendo uma história objetiva sem prejuízo do detalhe, da insinuação, o que prova que seu estilo, já primoroso, só fez ficar melhor.