Autor: Fernando Machado

Filme leve e bobinho que vai dar férias para sua cabeça chega à Netflix Divulgação / Walt Disney Pictures

Filme leve e bobinho que vai dar férias para sua cabeça chega à Netflix

O ponto de partida de “Magic Camp” é simples: um ilusionista em decadência, Andy (Adam Devine), retorna ao acampamento onde passou a juventude para orientar um grupo de adolescentes interessados em mágica. Ele aceita o convite não por altruísmo, mas porque sua carreira está à beira da irrelevância e ele precisa recuperar a sensação de propósito. Esse retorno forçado estabelece o centro dramático da narrativa, ainda que o filme opte por tratá-lo de maneira leve e sem aprofundar conflitos internos com maior rigor.

Sequência tardia de clássico infantil é perfeito para dar play nas férias, na Netflix Divulgação / 20th Century Fox Home Entertainment

Sequência tardia de clássico infantil é perfeito para dar play nas férias, na Netflix

O interesse por revisitar sucessos populares costuma traduzir mais um cálculo de mercado do que uma ambição artística. Mesmo assim, certos projetos se tornam reveladores justamente por explicitar esse mecanismo. É o caso de “Uma Turma Divertida”, continuação tardia que assume o risco de dialogar com um título querido por diferentes gerações. O filme parte da premissa simples: um novo grupo de jovens encontra no mesmo campo de baseball o espaço onde conflitos, amizades e pequenas conquistas ganham forma.

Adaptação que mistura nostalgia e tecnologia chega à Netflix como opção leve para todas as idades Divulgação / Twentieth Century Fox

Adaptação que mistura nostalgia e tecnologia chega à Netflix como opção leve para todas as idades

O reencontro com “Garfield: O Filme” costuma produzir uma sensação curiosa: a impressão de que o projeto nasceu de uma lógica industrial que não compreendeu totalmente a natureza do personagem. Bill Murray empresta a voz a Garfield com precisão vocal, mas a força desse acerto esbarra na tentativa de transformar um ícone de humor sarcástico em protagonista de uma narrativa moldada pela previsibilidade do cinema infantil do início dos anos 2000.

Cult absoluto de Brian De Palma retorna à Netflix e prova que filme de qualidade nunca envelhece Divulgação / Red Bank Films

Cult absoluto de Brian De Palma retorna à Netflix e prova que filme de qualidade nunca envelhece

A sucessão de releituras do romance de Stephen King costuma produzir resultados irregulares, mas a versão de Brian De Palma para “Carrie, a Estranha” permanece como um ponto de inflexão na representação do terror juvenil. A marca do filme não é artifícios ou pirotecnias visuais, e sim na forma como constrói, com capricho quase clínico, a trajetória de Carrie White, interpretada por Sissy Spacek com uma contenção que transmuta fragilidade em ameaça.

Filme de Baz Luhrmann desembarca na Netflix com Austin Butler impecável e um Tom Hanks fora da curva Divulgação / Warner Bros.

Filme de Baz Luhrmann desembarca na Netflix com Austin Butler impecável e um Tom Hanks fora da curva

Poucos projetos recentes revelam de forma tão nítida a dificuldade de conciliar ambição estética com rigor narrativo quanto “Elvis”. A proposta de revisitar a trajetória de Elvis Presley, conduzida por Baz Luhrmann, parte de um princípio que poderia render um estudo sólido sobre ascensão, exploração e desgaste público. No entanto, o filme decide percorrer um caminho que privilegia intensidade visual acima de coerência dramática, confiando que o magnetismo de Austin Butler sustentaria a estrutura.