Autor: Eberth Vêncio

Neste natal, dê presentes que o dinheiro não pode comprar

Neste natal, dê presentes que o dinheiro não pode comprar

Coloque comida na boca de um adulto. Sorria para elevadores dentro de estranhos. Distribua os seus preciosos “Bom dia!” aos cavalos. Cavalgue de novo os sonhos alados da sua juventude. Escute as histórias que um homem velho tem pra contar. Cuide bem da sua saúde: perdoe um malfeitor. Desça da sua Land Rover e doe um pouco de sangue azul para quem anda enxergando a vida em preto-e-branco.

Os 15 melhores duetos da música internacional em todos os tempos

Fizemos uma enquete com os leitores da Revista Bula para que eles escolhessem os melhores duetos da música internacional em todos dos tempos. Houve uma avalanche de canções memoráveis, muitas delas remanescentes dos discos de vinil, arrancadas do fundo do baú. Notem que todas as canções são cantadas na língua inglesa. Possivelmente, isso será um pecado, consequência natural da pífia divulgação dos repertórios cantados noutros idiomas pelas rádios brasileiras ao longo do tempo.

Por que os pombos borram nas pessoas?

Por que os pombos borram nas pessoas?

Porque não damos mais asas aos sonhos. Porque quebramos um átomo, mas remendamos ciclos viciosos. Porque tratamos o dinheiro com mais respeito que ele merece. A vida não aceita desaforos, companheiros. Porque pagamos propinas. Porque fazemos sexo com meninas. Porque não criamos os filhos para serem diferentes de nós. Porque abandonamos os velhos agonizando nos redemoinhos da saudade e da memória.

A regra é clara: não somos nada

A regra é clara: não somos nada

Detesto desastres aéreos. Detesto essa sua cara de sonso. Detesto fanatismo. Detesto quando interrompem a programação da TV para um boletim urgente. Acima de tudo, detesto a vinheta da Rede Globo. Detesto matar um leão por dia (os animais não têm culpa de nada). Detesto tanto mistério acerca da vida, da morte, da pós-morte, da caixa preta, do boto cor-de-rosa e da maçonaria. Detesto quando Deus se atrasa nos eventos trágicos. Detesto saber que ficarei velho.

Pensam-se absurdos quando a morte lambe os calcanhares

Pensam-se absurdos quando a morte lambe os calcanhares

Quando Roberto começou a quebrar a mobília do consultório todos pensaram que ele estivesse ficando doido. Não estava. Tinha algo parecido com um ouriço-do-mar crescendo e se assanhando dentro dos seus miolos, quase ninguém sabia, não era por menos que se sentia mareado, melancólico, com saudades do mar e das marés, imbuído de uma vontade doída de se mudar, de morar numa cabana de palha na praia, para sair todos os dias de madrugada com amigos pescadores de todas as idades, a fim de fisgar com as próprias mãos os peixes que ele mesmo haveria de limpar, preparar e comer para se manter vivo nesse mundo-de-meu-deus.