Filme da Netflix é considerado aquele que reviveu as comédias românticas no cinema JoJo Whilden / Netflix

Filme da Netflix é considerado aquele que reviveu as comédias românticas no cinema

Na direção de estreia de Aline Brosh McKenna, “Na Sua Casa ou Na Minha” traz Ashton Kutcher e Reese Witherspoon em uma comédia romântica que explora temas como paternidade, amadurecimento e realização profissional. O filme aborda, sobretudo, as escolhas que fazemos e aquelas que deixamos de lado ao longo da vida.

Para quem não conhece, McKenna é a roteirista de “O Diabo Veste Prada” e da série “Crazy Ex-Girlfriend”. Em “Na Sua Casa ou Na Minha”, seguimos a trajetória de Debbie (Witherspoon) e Peter (Kutcher), amigos há duas décadas, após terem passado uma noite juntos. Nunca se envolveram romanticamente, pois são completamente opostos. Peter desapareceu por um tempo depois dessa noite. Ele tem dificuldade em manter relacionamentos duradouros, mas não em conquistá-los, devido à sua aparência e sucesso.

Além de Debbie, ele não possui amigos próximos. Suas relações são superficiais e sua casa, decorada por um profissional, é um reflexo disso, com talheres ainda plastificados e copos com adesivos de preço. Sua carreira como escritor foi deixada de lado por uma vida como executivo em uma grande empresa. Os livros são a única conexão significativa entre ele e Debbie, já que ambos são apaixonados por leitura.

Debbie, por sua vez, é prática e trocou a carreira dos sonhos na área editorial por uma em exatas. Divorciada, ela se dedica ao filho Jack (Wesley Kimmel), um menino de 13 anos. Superprotetora, ela busca oferecer uma vida estável e organizada para ele. A rotina dos amigos muda quando Debbie precisa ir a Nova York para um curso e Peter, que vive lá, vai para Los Angeles cuidar de Jack enquanto ela está fora.

Jack, pela primeira vez, experimenta uma rotina mais livre, assiste filmes de terror, come guloseimas e entra para o time de hóquei, algo que sua mãe nunca permitiu por considerar perigoso. Peter aprende a responsabilidade de cuidar de alguém além de si mesmo. Em Nova York, Debbie conhece Minka (Zoe Chao), uma das namoradas de Peter, que a ajuda a se soltar. Ela também conhece o editor Theo (Jesse Williams), com quem vive um breve romance. Theo decide publicar um romance que Peter escreveu, descoberto por Debbie no apartamento dele. Ele também ajuda Debbie a entrar no mercado editorial.

O filme mostra que, ao saírem de suas rotinas habituais e viverem a vida do outro, Peter e Debbie descobrem o que realmente desejam. Nenhum deles está satisfeito com suas carreiras, mas ambos estavam confortáveis demais para mudar. A influência mútua abre novas possibilidades e desencadeia transformações. A convivência nas casas um do outro também desperta sentimentos românticos adormecidos há anos.

“Na Sua Casa ou Na Minha”, na Netflix, apresenta alguns problemas. Os estereótipos de gênero estão desatualizados e a química entre Witherspoon e Kutcher é questionável, em parte porque seus personagens só se encontram pessoalmente duas vezes no filme: no início, em um flashback, e no final.

No entanto, o filme tem seus pontos positivos. É um ‘comfort movie’ que oferece um alívio das preocupações diárias, transportando o espectador para um mundo leve e despretensioso. Comédias românticas têm sido raras na última década, e é reconfortante vê-las de volta. A narrativa traz de volta clichês do gênero: dois amigos destinados a ficarem juntos, mas que demoram a perceber isso. Histórias de amor complicadas têm um apelo universal, e essa não é exceção.


Filme: Na Minha Casa ou Na Sua?
Direção: Aline Brosh McKeena
Ano: 2022
Gênero: Comédia/Romance
Nota: 7/10