Último dia para assistir na Netflix ao filme absolutamente adorável que fará você se sentir leve e feliz depois de assisti-lo Wilson Webb / CTMG

Último dia para assistir na Netflix ao filme absolutamente adorável que fará você se sentir leve e feliz depois de assisti-lo

Coragem é um atributo frequentemente associado à figura feminina, uma ideia que Greta Gerwig exemplifica notavelmente em sua direção de “Adoráveis Mulheres”. A obra, que data de 1868, traz à tona o anseio feminino por liberdade e independência. Agora, mais de um século depois, Gerwig captura com competência a mensagem de Louisa May Alcott. Embora o debate sobre os temas tratados continue relevante, o filme ressoa com vigor.

Desde sua criação, “Adoráveis Mulheres” ganhou diversas formas, desde séries de TV e peças de teatro a filmes, incluindo a adaptação muda de 1933 e a de 1994 por Gillian Armstrong. Não se pode dizer que é inovador, mas ainda assim, Gerwig, com seu senso estético distinto e experiência como figura central do mumblecore, traz frescor à história. Ela, junto com Noah Baumbach, seu parceiro criativo e esposo, enfrentou uma competição amigável no Oscar de 2020 — uma prova de seu relacionamento equilibrado, a despeito de ambos concorrerem na mesma categoria, que foi eventualmente vencida por “Parasita”.

Gerwig, habilmente, atualiza a narrativa de Alcott, utilizando flashbacks estratégicos para contrastar momentos de intensa emoção com outros mais líricos. Adaptações de obras literárias costumam dividir opiniões, mas a diretora habilmente conduz o filme de forma complexa e envolvente por seus 135 minutos de duração.

O espírito das quatro irmãs March — Jo, Meg, Amy e Beth — é preservado, com a narradora Jo, vivida por Saoirse Ronan, destacando-se e recebendo uma indicação ao Oscar. Comparável a Meryl Streep, também no elenco, Ronan dá vida a uma Jo arrojada e ambiciosa, uma extensão de Alcott. O filme a mostra não em sua New Hampshire natal, mas em Nova York, lutando para se estabelecer como escritora. Em suas visitas a editoras, ela encontra um editor que admira seu estilo, mas adverte sobre as convenções restritivas da época, e um professor crítico que desafia sua escrita, mas com quem ela forma um vínculo intelectual.

Gerwig entrelaça habilmente as histórias das irmãs March, explorando suas diferentes abordagens ao amor e à vida, sempre em contraste com as expectativas de sua comunidade provinciana. Embora os personagens masculinos não sejam o foco, Timothée Chalamet, como Laurie, o encantador vizinho dos March, entrega uma atuação notável.

Fiel ao olhar perspicaz de Alcott, que priorizava as dinâmicas familiares em detrimento de eventos históricos como a Guerra Civil, Gerwig apresenta as complexidades de uma mulher apaixonada que se recusa a abandonar seus sonhos por amor. Como há 150 anos, Jo representa as mulheres de hoje, enfrentando as mesmas lutas por amor e autenticidade.


Filmes: Adoráveis Mulheres
Direção: Greta Gerwig
Ano: 2019
Gênero: Drama/Coming-of-age/Romance
Nota: 9/10