A revolução na tela: filme que estremece as estruturas sociais é um dos mais vistos do momento na Netflix Caroline Dubois / Netflix

A revolução na tela: filme que estremece as estruturas sociais é um dos mais vistos do momento na Netflix

O francês Jérémie Rozan é fundador da Surface to Air, um estúdio criativo que está por trás de diversos comerciais para marcas de luxo, como Givanchy e Louis Vuitton, além de alguns clipes musicais. Ele também já dirigiu alguns episódios de séries. Há duas semanas, Rozan anunciou em sua conta do Linked in seu mais recente trabalho: seu primeiro longa-metragem “O Cheiro do Ouro”. Escrito e dirigido pelo “novato”, o filme foi produzido pela Netflix e conta a história de um contrabandista no Vale do Cosmético, um epicentro francês da sofisticação.

No enredo, a família Breuil possui um importante grupo fabricante de perfumes de luxo. Eles comandam a cidade de Chartres e sua dinastia passa, há eras, de pai para filho. Daniel Sauveur (Raphaël Quenard) vive em uma realidade bem distante daquela dos Breuil. Pobre, ele vive de bicos e esquemas. Enquanto observa com sentimento de injustiça os Breuil no topo da pirâmide social, ele forja seu plano para ascender e se vingar da família.

O longa-metragem de Rozan deixa o maniqueísmo fora de cena e coloca seu protagonista como uma espécie de Robin Hood. Daniel, que alimenta uma natural antipatia pelos Breuil, não consegue escapar do destino de se tornar funcionário na fábrica da família. Quando o patriarca morre, deixando o filho Patrick (Antoine Gouy) como novo cabeça da empresa, o novo chefe decide presentear os funcionários com um de seus perfumes. Daniel decide vender seu frasco e descobre que realmente há pessoas interessadas em pagar, no mínimo, os 50 euros que pediu. Logo ele começa a ajudar outros colegas a ganhar dinheiro com seus presentes também.

Após perceber quão lucrativo pode ser o negócio, ele decide furtar produtos lá dentro de seu emprego para revendê-los. No entanto, conforme mais pessoas vão descobrindo o que ele faz, mais empregados se envolvem no crime. Com ajuda dos colegas de trabalho e de seu amigo de infância, Scania (Igor Gotesman), Daniel consegue traficar a mercadoria roubada e a enriquecer. Claro que aos poucos os prejuízos da empresa serão percebidos e diversas reviravoltas ainda acontecem na história.

Conforme Daniel avança com seus lucros, sua imagem se transforma ao longo do filme. Seu corte de cabelo muda, ele passa a usar jaqueta de couro e relógio de ouro, afinal, para se tornar rico, é preciso de apropriar de seus atributos e transparecer a grandeza que quer alcançar.

Há um quê de tragédia em sua jornada. Daniel não conseguiria o sucesso se não houvesse desespero. Se tornar rico vira uma obsessão. Para alcançar seus objetivos, ele não vai se preocupar em pisar em algumas pessoas pelo caminho. Mas Rozan adiciona humor para que o tema não o deixe tão pesado.

Inspirado pelos filmes de fraude hollywoodianos e pelas comédias italianas, “O Cheiro do Ouro” mistura gêneros e oferece momentos de humor, ação, suspense e drama. Embora o protagonista tenha muitas atitudes de vilão, a prerrogativa do filme é colocá-lo em uma luta de classes, em que seus companheiros de lado são muito mais inteligentes e espertos.

O francês Jérémie Rozan é fundador da Surface to Air, um estúdio criativo que está por trás de diversos comerciais para marcas de luxo, como Givanchy e Louis Vuitton, além de alguns clipes musicais. Ele também já dirigiu alguns episódios de séries. Há duas semanas, Rozan anunciou em sua conta do Linked in seu mais recente trabalho: seu primeiro longa-metragem “O Cheiro do Ouro”. Escrito e dirigido pelo “novato”, o filme foi produzido pela Netflix e conta a história de um contrabandista no Vale do Cosmético, um epicentro francês da sofisticação.

No enredo, a família Breuil possui um importante grupo fabricante de perfumes de luxo. Eles comandam a cidade de Chartres e sua dinastia passa, há eras, de pai para filho. Daniel Sauveur (Raphaël Quenard) vive em uma realidade bem distante daquela dos Breuil. Pobre, ele vive de bicos e esquemas. Enquanto observa com sentimento de injustiça os Breuil no topo da pirâmide social, ele forja seu plano para ascender e se vingar da família.

O longa-metragem de Rozan deixa o maniqueísmo fora de cena e coloca seu protagonista como uma espécie de Robin Hood. Daniel, que alimenta uma natural antipatia pelos Breuil, não consegue escapar do destino de se tornar funcionário na fábrica da família. Quando o patriarca morre, deixando o filho Patrick (Antoine Gouy) como novo cabeça da empresa, o novo chefe decide presentear os funcionários com um de seus perfumes. Daniel decide vender seu frasco e descobre que realmente há pessoas interessadas em pagar, no mínimo, os 50 euros que pediu. Logo ele começa a ajudar outros colegas a ganhar dinheiro com seus presentes também.

Após perceber quão lucrativo pode ser o negócio, ele decide furtar produtos lá dentro de seu emprego para revendê-los. No entanto, conforme mais pessoas vão descobrindo o que ele faz, mais empregados se envolvem no crime. Com ajuda dos colegas de trabalho e de seu amigo de infância, Scania (Igor Gotesman), Daniel consegue traficar a mercadoria roubada e a enriquecer. Claro que aos poucos os prejuízos da empresa são percebidos e diversas reviravoltas ainda acontecem na história.

Conforme Daniel avança com seus lucros, sua imagem se transforma ao longo do filme. Seu corte de cabelo muda, ele passa a usar jaqueta de couro e relógio de ouro, afinal, para se tornar rico, é preciso de apropriar de seus atributos e transparecer a grandeza que quer alcançar.

Há um fundo de tragédia em sua jornada, como é para a maioria das pessoas pobres. Daniel não conseguiria o sucesso se não houvesse desespero. Se tornar rico vira uma obsessão. Para alcançar seus objetivos, ele não vai se preocupar em pisar em algumas pessoas pelo caminho. Mas Rozan adiciona humor para que o tema não o deixe tão pesado.

Segundo o diretor, o enredo foi inspirado pelos filmes de fraude hollywoodianos e pelas comédias italianas. “O Cheiro do Ouro” mistura gêneros e oferece momentos de humor, ação, suspense e drama. Embora o protagonista tenha muitas atitudes de vilão, a prerrogativa do filme é colocá-lo em uma luta de classes, em que seus companheiros de lado são muito mais inteligentes e espertos.


Filme: O Cheiro do Ouro
Direção: Jérémie Rozan
Ano: 2023
Gênero: Comédia / Drama
Nota: 7/10

Fer Kalaoun

Fer Kalaoun é editora na Revista Bula e repórter especializada em jornalismo cultural, audiovisual e político desde 2014. Estudante de História no Instituto Federal de Goiás (IFG), traz uma perspectiva crítica e contextualizada aos seus textos. Já passou por grandes veículos de comunicação de Goiás, incluindo Rádio CBN, Jornal O Popular, Jornal Opção e Rádio Sagres, onde apresentou o quadro Cinemateca Sagres.