Embora “Operação Sombra: Jack Ryan”, de 2014, faça referência ao personagem criado pelo escritor Tom Clancy, o filme não tem nada a ver com nenhuma obra sobre espião. O roteiro de Adam Cozad havia sido escrito para ser outro filme, sob título “Dubai”, que seria estrelado por Eric Bana. Mas mesmo para uma indústria tão rica como Hollywood, nem tudo dá certo. O projeto foi deixado de lado por um tempo e entrou para a lista dos filmes jamais realizados. Um tempo depois, foi arrematado pela Paramount, que pediu para Cozad adaptar a história para Jack Ryan e ambientá-la na Rússia.
Ao todo, são 16 livros e cinco filmes sobre o personagem, além da série estrelada por John Krasinski e o spin-off “Sem Remorso”, de 2021, protagonizado por Michael B. Jordan. Jack Ryan já foi interpretado nos cinemas por Alec Baldwin, Harrison Ford, Ben Affleck e Chris Pine.
Embora o filme não tenha dado prejuízo nas bilheterias, não foi o sucesso que o estúdio esperava. O orçamento girou em tono de 60 milhões de dólares e as bilheterias mundiais arrecadaram pouco mais de 135 milhões. Quando perguntado pela imprensa se viveria o personagem novamente em uma sequência, Chris Pine respondeu que não, devido ao filme não ter alcançado o lucro intencionado.
No enredo, Jack (Pine) ainda é um estudante estadunidense de mestrado na London School of Economics, quando testemunha pela televisão os ataques de 11 de setembro de 2001. Seu senso de patriotismo e justiça o faz se alistar como oficial da Marinha dos Estados Unidos e a servir no Afeganistão. Durante um ataque aéreo, Jack é gravemente ferido na coluna e passa meses se recuperando no hospital, com ajuda da estudante de medicina Cathy Muller (Keira Knightley), por quem se apaixona. Ao analisar seu histórico, o veterano da CIA Thomas Harper (Kevin Costner) recruta Jack para trabalhar na agência.
À princípio, o trabalho é dentro de um banco internacional, sem riscos. Jack precisa ajudar a identificar transações suspeitas que possam ser de grupos terroristas. No entanto, o emprego na CIA se torna muito mais operacional que técnico, depois que ele descobre algumas depósitos suspeitos na conta de um oligarca russo, chamado Viktor Cherevin (Kenneth Branagh). O dinheiro acumulado simplesmente desaparece e Jack é enviado para a Rússia para investigar.
A missão acaba em um atentado contra a vida do espião americano e de sua noiva, Cathy, e é descoberto que uma rede de investimentos de Cherevin coloca a economia dos Estados Unidos em risco de colapso. E aí, claro, o herói precisa derrotar os inimigos russos e salvar seu país.
“Operação Sombra: Jack Ryan” pode não ter sido o sucesso de bilheteria que pretendia ter sido, mas não é uma má produção, apenas mais do mesmo. É que talvez os filmes que sofram da síndrome do herói branco já tenham saturado os cinemas e, para surpreender o público, seja necessário correr muito mais riscos. Chris Pine, nesta obra, também não foi lá um modelo de carisma.
Dirigido por Kenneth Branagh, o longa-metragem entrega aquilo que se propõe, sem oferecer nada de inovador, intelectual ou original. Com cenas de ações filmadas com câmeras frenéticas, tomadas de perseguições em alta velocidade e combates, este filme é um entretenimento satisfatório para os fãs de ação.
Filme: Operação Sombra: Jack Ryan
Ano: 2014
Direção: Kenneth Branagh
Gênero: Ação
Nota: 7/10