Desligue o cérebro e apenas relaxe com a nova comédia romântica da Netflix Divulgação / Netflix

Desligue o cérebro e apenas relaxe com a nova comédia romântica da Netflix

“Amar e Amadurecer” é uma comédia romântica colombiana de Haroldo Trompetero, com Jessica Cediel e Diego Camargo nos papeis de Eli e Juan Felipe, respectivamente, um casal na beira dos quarenta anos e que namora há 15. A primeira cena é um diálogo entre Eli e sua melhor amiga, Cami (Judith Segura), sobre uma suposta gravidez e as mudanças que isso poderia promover em suas vidas e corpos. Em seguida, uma conversa entre Juan Felipe e seu melhor amigo Luis (Julian Caicedo). Enquanto Juan Felipe o repreende pelo seu desinteresse em uma partida de futebol da terceira divisão, o amigo conta sobre uma crise em seu casamento. As conversas são verborrágicas e surreais. Nada faz tanto sentido e esse é o humor que Trompetero apresenta ao seu público.

Gravado em Bogotá e Cundinamarca perto de La Calera, as cenas são mais no campo que na cidade, mas de um jeito que dá a sensação de que o filme foi gravado no quintal de casa. Há uma aura de produção independente. Não dá para entender bem a ambientação e as luzes da fotografia muitas vezes são duras e estouram nos rostos dos personagens. Proposital ou não, isso dá a sensação de sonho ou fantasia.

Voltando ao enredo, Juan Felipe começa a se sentir inseguro em relação a Eli e passa a espioná-la durante seu trabalho, vestido infantilmente como Sherlock Holmes. Ela é uma modelo e, naturalmente, o ambiente é sensual e exige um certo nível de intimidade com o fotógrafo. Juan interpreta erroneamente a relação de Eli com o colega de profissão e a confronta sobre uma suposta traição. Obviamente, ela nega. Então, Juan começa a refletir sobre os passos que precisa dar adiante na relação para se sentir mais seguro com a namorada.

Ele quer casar e ter filhos. Ela quer se dedicar à sua carreira de modelo.  O impasse faz com que o relacionamento de mais de década acabe. Logo Juan aparece em uma cena bizarra de fetiche com uma colega de trabalho com quem passa a se relacionar e, pouco depois, anuncia casamento. Eli é convidada para a cerimônia e, no evento, se mostra arrependida de ter deixado o amor de sua vida. Ela se opõe publicamente à união, atrapalhando a troca de alianças. Juan e Eli voltam a namorar, mas seus problemas de relacionamento não acabam.

Ele, que havia ganhado dinheiro com um negócio improvável de camisas de futebol, perde tudo por causa do acordo pré-nupcial com a ex-noiva. Depois, Juan descobre que tem problemas de fertilidade e o casal passa a avaliar as opções. A boa intenção de Trompetero por meio deste filme é trazer reflexões sobre os relacionamentos atuais e, também, fazer rir. Ele quer discutir sobre planejamento e diálogos entre casais acerca de seus objetos de vida. No entanto, o humor nonsense faz a seriedade da proposta perder boa parte da credibilidade. Isso pode acontecer em filmes como “Se Beber não Case”, porque este é seu objetivo, o de perder completamente a credibilidade, mas não acredito que essa tenha sido a vontade de Trompetero.

Outro elemento surpresa no filme são os cantores Helen Villegas e David de Pablos, que aparecem do nada cantarolando as emoções dos personagens de Eli e Juan. Algo como ocorria em “Gilmore Girls”, mas bem menos descolado. Ainda, a edição do filme é muito corrida. É preciso estar atento para acompanhar as mudanças rápidas na história.

“Amar é Amadurecer” tem boas intenções, mas a execução não foi das melhores. Ainda sim pode divertir aqueles que precisam de um humor fácil e despretensioso.


Filme: Amar é Amadurecer
Direção: Haroldo Trompetero
Ano: 2023
Gênero: Comédia/Romance
Nota: 6/10