O casal se encontra.
— A gente tem que conversar.
— Claro. Vamos conversar. Qual é o assunto?
— É o nosso futuro.
— Sobre o futuro eu não converso.
— Por quê? Qual é o problema?
— Porque pode ter spoiler.
— Pode ficar tranquilo que não vai ter spoiler.
— Eu odeio spoiler, você sabe.
— Eu sei.
— Então, tá. O que você quer falar sobre o nosso futuro?
— É que… bom, eu vou direto ao assunto: Não dá mais para a gente continuar namorando e…
— Parou, parou! Você tá dizendo que amanhã nós não vamos mais estar namorando, ou seja, você está adiantando o que vai acontecer. Isso é spoiler, sabia?
— Eu estou adiantando o que vai acontecer, mas não é spoiler!
— Claro que é! Eu não sabia que amanhã a gente não ia estar mais namorando. Você sabia e me contou. Spoiler!
— Nada a ver!
— Foi sim! E você sabe que eu odeio spoiler.
— Eu sei, mas você não pode dizer que eu querer terminar o nosso relacionamento é spoiler.
— Olha, quer saber de uma coisa: agora sou eu que não quero mais namorar com você. Nós temos que terminar o nosso relacionamento.
— Mas é justamente isso que eu estou fazendo! Agora é você que está dando spoiler. E aí, quando o spoiler vem de você, ele vale?
— Não estou dando spoiler! Eu não sabia que ia terminar com você. Decidi agora.
— Tá bom! Tá bom! Então está combinado. Acabou. Acabou!
— Ok, acabou mesmo. Não posso namorar uma pessoa que sente prazer em dar spoiler para os outros.
— Eu não sou assim!
— É sim, é uma metralhadora de spoilers!
— Tá certo, sem problemas. E como a gente não namora mais, eu posso te contar mais um spoiler: amanhã você vai me ligar implorando para voltar.
— Não faz isso! Eu odeio spoiler!