“O Plano Perfeito” é um thriller policial de 2006, dirigido por Spike Lee e escrito por Russell Gerwirtz. Recheado de artistas premiados e reconhecidos, o elenco conta com os vencedores do Oscar Denzel Washington, Jodie Foster e Christopher Plummer, além dos indicados Clive Owen, Chiwetel Ejiofor e Willem Dafoe. Nem é preciso mencionar o prestígio de Spike Lee, certo? Mas a gente faz mesmo assim. Ele também já levou uma estatueta da Academia por “Infiltrado na Klan”, em 2019, depois de já ter garantido um prêmio honorário, em 2016.
Os primeiros minutos de filme começam como uma notícia: pelo lead. Dalton Russell (Owen), articulador de um assalto a banco, está em um lugar semelhante a uma cela e nos dá as primeiras informações do evento: quem, quando, onde, por que e, para explicar como, o filme já avança para as cenas do tal assalto.
Um grupo de, aparentemente, quatro criminosos entram em um banco localizado em uma esquina da Wall Street, uma movimentada via de Nova York. Eles rendem os funcionários e clientes do local e logo o evento está em todos os noticiários. A entrada do banco está tomada por policiais e curiosos e a van com o negociador e detetive Keith Frazier (Washington), acompanhado de seu parceiro, Bill Mitchell (Ejiofor) e do capitão John Darius (Dafoe), está estacionada a alguns metros, articulando um plano para render os bandidos.
Enquanto tudo segue como um assalto comum, o diretor da instituição financeira, Arthur Case (Plummer), preocupado com algo misterioso, que é mais importante e valioso para ele que dinheiro, envia uma negociadora de alto risco, Madeleine White (Foster), para interferir nas negociações. Durante o crime, os assaltantes vestem todos os reféns com roupas idênticas às suas para dificultar sua identificação. Quando a polícia invade o local, não consegue saber quem é bandido e quem é vítima, tornando necessária a investigação de cada pessoa que esteve lá dentro.
É quando o filme avança para cenas do futuro, em que os detetives interrogam todos os indivíduos que estavam dentro do banco no momento do assalto, tentando decifrar o enigma, que vai se revelando muito mais complexo do que parece. Spike Lee deu bastante liberdade criativa neste momento para que Washington e Ejiofor improvisassem suas falas.
Enquanto o enredo se desenrola como um exercício de paciência e inteligência de seu protagonista, o detetive Keith Frazier, também se torna o mesmo para seus espectadores, que acompanham tudo de seu ponto de vista e tentam compreender toda a situação com as pistas que vão se abrindo pelo caminho.
“O Plano Perfeito” é, além de um exercício mental, um excelente entretenimento, com belas atuações, cenas de ação e reviravoltas que vão fazer seus neurônios se contorcerem de angústia. Cada vez que os fatos vão se desobscurecendo e as motivações dos personagens se tornam mais óbvias, percebemos a troca de papéis entre mocinhos e bandidos.
Lee e seu roteirista, Gerwitz, também tentaram brincar com a memória dos espectadores, traçando paralelos entre o filme e o clássico com Al Pacino, de 1975, “Um Dia de Cão”. Em ambos os filmes, que narram assaltos a banco, temos a atriz Marcia Jean Kurtz interpretando reféns chamadas Miriam. Além dela, o ator Lionel Pina, que entregou pizza para os assaltantes no filme de Sidney Lumet, também foi responsável por levar as pizzas para os criminosos em “O Plano Perfeito”. “Um Dia de Cão” também é citado em uma das falas do articulador do assalto, Dalton.
Filme: O Plano Perfeito
Direção: Spike Lee
Ano: 2006
Gênero: Suspense / Policial
Nota: 8/10