5 ótimos suspenses da Netflix que vai deixá-lo psicologicamente esgotado Allen Fraser / Netflix

5 ótimos suspenses da Netflix que vai deixá-lo psicologicamente esgotado

Os muitos problemas do homem, suas várias doenças, suas infinitas dores — e sua monumental incapacidade de lidar com todas essas questões, imperfeito que é frente ao mundo que o hostiliza cada vez mais —, fomentam dramas existenciais os mais intocáveis. A filosofia salvaria a pátria, mas quem disse que ela foi feita para isso? A alma do homem é cheia de meandros, reentrâncias, lugares tão escondidos e tão pouco iluminados que ninguém é capaz de acessar. Há quem encare problemas de qualquer natureza como uma forma de se autoconhecer, se testar, se superar, saindo, em correndo o ouro sobre azul, muito mais resistente para a próxima dificuldade ao final do processo. Por outro lado, existem os que simplesmente bloqueiam a mínima possibilidade de que passe um feixe de luz sequer por entre esses monólitos: quanto mais encalacrado está, mais fica e, pior, mais gosta. O romancista francês Gustave Flaubert (1821-1880) discorreu sobre a incontornável fragilidade do espírito humano frente às armadilhas que a sorte lhe prepara em muitos de seus textos, como em “Madame Bovary”, por exemplo. No livro, publicado em 1856, Flaubert fala de uma mulher que abandona o mundo, abandona a si mesma e embarca rumo a outra realidade, em que as circunstâncias mais absurdas são o que pode haver de mais corriqueiro, só por estar apaixonada. Paixão, em tintas um pouco mais fortes, misturada a muito suspense, é o que se vê em “Jogo Perigoso” (2017), dirigido por Mike Flanagan, em que um casal se entrega a experiências sexuais as mais apimentadas, mas acaba se deparando com um imprevisto decisivo para os dois. Já em “Fratura” (2019), de Brad Anderson, a força da relação entre pessoas que se amam continua em jogo, mas no horizonte muito mais complexo de uma denúncia. Os cinco títulos da lista, todos na Netflix, se sucedem do mais novo para o lançado há mais tempo, sem critérios quanto à preferência.

Imagens: Divulgação / Reprodução Netflix

Giancarlo Galdino

Depois de sonhos frustrados com uma carreira de correspondente de guerra à Winston Churchill e Ernest Hemingway, Giancarlo Galdino aceitou o limão da vida e por quinze anos trabalhou com o azedume da assessoria de políticos e burocratas em geral. Graduado em jornalismo e com alguns cursos de especialização em cinema na bagagem, desde 1º de junho de 2021, entretanto, consegue valer-se deste espaço para expressar seus conhecimentos sobre filmes, literatura, comportamento e, por que não?, política, tudo mediado por sua grande paixão, a filosofia, a ciência das ciências. Que Deus conserve.