7 filmes sinistros, na Netflix, que fizeram os espectadores vomitarem e desmaiarem no cinema

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A vida se nos apresenta todos os dias sob a forma de um quase invencível desafio — e quem o supera pode reivindicar essa vitória. Diariamente, temos de passar por situações as mais complexas, que nos exigem muita inteligência emocional — o bom e velho jogo de cintura —, aptidões técnicas, destreza, agilidade de raciocínio e, claro, sangue frio na medida certa. As relações que somos forçados — e, malgrado pareça indelicada, a palavra é exatamente essa — a estabelecer uns com os outros, de empregado para chefe e vice-versa, de colega para colega, de um vizinho para o outro, não raro demandam de nós qualidades de que não dispomos ao natural, que precisamos cultivar. Não há mal algum nisso, pelo contrário. Ao nos reconhecermos diferentes uns dos outros, ao nos sabermos propensos a reações desproporcionais se expostos a uma carga de estresse um tanto mais elevada, tomamos a atitude consciente de refrear nossos impulsos, procedimento que só se torna viável graças a uma malha de neurônios criados com o intuito de armazenar o maior número de informações possível, ocupando um emaranhado de feixes musculares cuja capacidade de se moldar e de se rearranjar ao sabor das conveniências nunca parou de impressionar cientistas mundo afora. O cérebro humano foi desenhado com a finalidade de adequar-se a cenários que entende impróprios à manutenção da vida, justamente a fim de, num tempo infinitesimalmente limitado, oferecer alternativas de solução. Os problemas surgem quando esses episódios começam a se suceder com regularidade, em intervalos cada vez menores, exigindo reflexos mais e mais eficazes e naquele tempo exato, automáticos mesmo. Nosso cérebro é treinado para distinguir as situações de perigo iminente de ameaças fantasiosas, provocadas por estímulos artificiais ou mesmo que poderiam ser interpretados como reais, dada a forte convicção que despertam, caso dos delírios e da paranoia. Contudo, a evolução cobra um preço. Temos de nos livrar de toda aquela descarga de hormônios e enzimas liberadas em quantidades industriais que, não tendo serventia, decerto podem provocar danos ao sistema, expediente que degenera em sensações nada prazerosas a exemplo de tonturas, enjoo e mesmo perda da consciência, em casos extremos. Submetida a sevícias as mais desumanas, usada como moeda de troca, rejeitada por quem deveria fazer qualquer coisa para assegurar sua integridade, a protagonista de “Sequestrando Stella” (2019), do diretor alemão Thomas  Sieben, sabe o que é se sentir como lixo — e contamina a plateia com os resultados de sua descoberta. Outra garota literalmente em maus lençóis é a soturna personagem central de “O Mistério de Grace” (2014), do sino-americano Jeff Chan, que igualmente tem seus encantos com sinal trocado. Os dois filmes, e mais cinco, produzidos entre 2005 e 2019, estão ao dispor do assinante da Netflix. Stella, Grace e o restante dessa turma nada convencional aguardam você. Tem coragem?

Imagens: Divulgação / Reprodução Netflix