A série mais cativante, comovente e hipnotizante da Netflix

A série mais cativante, comovente e hipnotizante da Netflix

Uma mistura de reality show com série, “Lenox Hill” acompanha os médicos da instituição homônima, localizada em Manhattan. No centro da trama, dr. David Langer, presidente da neurocirurgia; dr. John Bookckvar, vp da neurocirurgia e especialista em tumores cerebrais; dra. Amanda Little-Richardson, chefe de obstetrícia; e dr. Mirtha Macri, especialista em medicina de emergência.

Se você sempre amou acompanhar casos médicos fictícios, irá se apaixonar por esse programa que busca humanizar a medicina e mostrar todos os extremos da realidade dessa profissão: da alegria à tristeza; da vida à morte; do triunfo ao fracasso. Os médicos são retratados como os seres de carne e ossos que realmente são. Às vezes, solitários em sua missão quase messiânica de salvar pessoas. Outras, se arriscando sem a menor ideia se o tratamento experimental vai ou não dar certo.

Na história, vemos também pacientes que foram considerados casos perdidos por outros médicos ou que necessitam de cirurgias de grande complexidade, como o caso da brasileira Marie Calfat Nascimento, que aos 15 anos descobriu um glioma grau 2 no cérebro. Rejeitada por profissionais brasileiros, que não queriam se arriscar em um procedimento tão difícil, ela encontrou na dupla Langer e Boockvar a última esperança de cura. Os cirurgiões da série preferiram retirar o tumor, apesar de todos os enormes riscos.

Casos simples e complicados se cruzam, mostrando que a rotina do hospital é uma montanha-russa das mais radicais. Essa realidade não está limitada à frieza das luzes azuis dos centros-cirúrgicos. Há envolvimento entre os profissionais e os pacientes. Há emoções de ambas as partes em jogo e, sobretudo, esperança. Quando elas não se concretizam, há o sentimento de fracasso, impotência e luto por parte dos profissionais também, e encarar as famílias neste momento difícil é ainda mais desafiador. Além disso, as médicas Amanda e Mirtha engravidam durante as filmagens e, então, vemos quanto a vida pessoal se entrelaça com a profissional.

A primeira temporada foi gravada entre 2018 e 2019, antes da explosão da pandemia de Covid-19. Com o sucesso, muito se conjecturou acerca de uma segunda temporada. Disseram, inclusive, que haveria lançamento para o fim de 2021, o que nunca ocorreu, de fato. Quem sabe em 2022, a novidade não chegue? Criada por Adi Barash e Ruthie Shatz, a série não pôde falar muito sobre o coronavírus, exceto em um episódio especial de 32 minutos.

Se teve algo que essa pandemia ensinou, ao menos aos jornalistas que fizeram toda a cobertura, foi humanizar os profissionais da saúde. Foram dois anos de exaustão, de péssimas condições de trabalho, falta de equipamentos de proteção individual (EPI), salários incompatíveis com os riscos da profissão e, muitas vezes, desrespeitos e agressões físicas por parte de pessoas que não quiseram aceitar o diagnóstico da Covid-19 ou o fato de não poder ver seus familiares e entes queridos no leito de morte. Foi um momento de sofrimento generalizado.

Sem nenhuma antecipação do que virá em uma segunda temporada, só nos resta imaginar que vem muito material emocionante sobre a pandemia.