Brutal e inteligente, suspense psicológico da Netflix é a melhor série de 2021

Brutal e inteligente, suspense psicológico da Netflix é a melhor série de 2021

“Katla” foi lançado em 17 de junho de 2021 e, no enredo, um ano após um vulcão entrar em erupção, Grima, uma jovem cantora, está de volta à sua cidade natal, Vík, onde vive seu pai, Thor, e é palco para os eventos que se sucedem. A família da protagonista passou, recentemente, por grandes traumas. A irmã, Ása, desapareceu supostamente vítima do vulcão e foi dada como morta. A mãe, acabou cometendo suicídio.

A desconhecida nua e coberta de cinzas, que surge no começo do primeiro episódio, acaba se revelando ser a sueca Grunhild Ahlberg, uma mulher que afirma trabalhar no Hotel Vik. No entanto, os registros dela como funcionária do estabelecimento são de mais de 15 anos antes. O mais estranho, é que, pelas fotos, ela simplesmente não envelheceu.

Os fatos misteriosos não param por aí. Em Uppsala, na Suécia, uma Grunhild “alternativa”, envelheceu e vive com seu filho, Björn. Até que outros moradores, alguns que morreram, incluindo Ása, também começam a retornar desse mundo paralelo e Grima se torna uma das investigadoras de toda a situação.

Pode ser que no começo da série, o espectador tenha uma leve sensação de estar adentrando no mundo de “Game of Thrones”, já que aparentemente os humanos que retornam são uma espécie de changeling. Na mitologia escandinava, era quando trolls ou fadas trocam crianças e bebês humanos não consagrados aos deuses por entidades idênticas. Até que o lado científico do show revela que as trocas, na realidade, teriam sido realizadas por seres extraterrestres, por meio da energia ativada pelo vulcão.

Essas pessoas idênticas que se cruzam em períodos diferentes de sua vida também nos fazem lembrar de “Dark”, embora os programas tenham premissas incongruentes. Criada por Sigurjón Kjartansson e Baltasar Kormákur, a série é menos confusa e tem um roteiro mais organizado e contido. Mas, ao contrário de “Dark”, “Katla” tem um defeito: é tão fria quanto aparenta, o que dificulta um pouco o envolvimento do espectador com a história e personagens.

O que não se pode negar sobre essa série é seus criadores conseguem amarrar (quase) todas as pontas e entregar uma história inteligente e original, ilustrada com a belíssima fotografia de Bergsteinn Björgúlfsson, que parece reforçar a dureza e o isolamento, apesar de uma aura majestosa, da Islândia. A primeira temporada finaliza em um momento de tensão, deixando um gancho para uma possível segunda temporada que ainda não se confirmou.