10 ótimos filmes na Netflix para quem gosta de Black Mirror

10 ótimos filmes na Netflix para quem gosta de Black Mirror

O homem muda e evolui todo santo dia, e, por isso, todo santo dia faz novas descobertas. Conhecer-se a si mesmo, se explorar, realizar as mais profundas investigações no mais escondido de sua própria alma possibilitam ao gênero humano desenvolver novas aptidões, superar velhos medos, tornar-se menos intolerante e menos apreensivo frente ao porvir, um verdadeiro enigma para a humanidade. À medida que fincava pé na face da Terra, o ser humano foi dando cada vez mais importância a seus anseios, a suas vontades, às expectativas quanto à forma como se lhe deveria apresentar o mundo, o mais próximo do ideal quão possível, o que implicaria num problema considerável: um mundo ideal demandaria uma sociedade ideal para o habitar. Mas como poderia ser ideal qualquer sociedade, em sendo a natureza do homem tão plena de suas muito características fraquezas? A tentativa delirante — e monstruosa — de se criar o homem ideal, premissa de que o pensamento nazista se valeu, foi a culpada por seis milhões de mortes, ou seja, mais do que fracassar, se provou abominável. Tomar o argumento da perfeição do homem e dos povos na arte, contudo, é uma premissa muito mais que válida, é necessária, a fim de que permaneça para sempre inativa a sanha por conquistas irracionais. A ficção científica é o gênero criativo que melhor promove as loucuras do homo sapiens, tão bem e de maneira tão convincente que logo extravasam para as séries de tevê. Graças à saborosa confusão entre o palpável e o virtual, “Black Mirror” se tornou a namoradinha de dez entre dez maratonistas de séries. Lançada em 2011, na Inglaterra, “Black Mirror” trata da vida permeada pela tecnologia, da selvageria do capitalismo, de poder, de consumismo, do caráter descartável da indústria cultural. Há mais de 100 anos o cinema fala de tudo isso. Numa diatribe lírica à indústria de alimentos, “Okja” (2017), do sul-coreano Bong Joon-ho, é um filme para ninguém botar defeito, mas sobra também para as relações afetivas, como se vê em “Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças” (2004), do francês Michel Gondry. Esses e mais oito títulos, todos na Netflix, são o destaque desse nosso vasto ranking, do mais novo para o lançado há mais tempo, único critério empregado aqui. Olhe para o mais longe de si e deixe esse seu espelho lhe dizer umas verdades.

Imagens: Divulgação / Reprodução Netflix