O tempo passa e o Monty Python continua sendo o grupo mais subversivo do humor. Agora todos os 45 episódios do “Monty Python Flying Circus”, que foram ao ar pela BBC entre 1969 e 1974, estão disponibilizados pela Netflix. O República dos Bananas recomenda que você veja todos. Mas como o tempo é curto, a vida é breve e a cerveja é sagrada, nós separamos os dez melhores episódios para você ir direto ao que importa.
O esquete da piada que é tão engraçada que mata todo mundo de rir e é insano e absurdo. E está justamente no primeiro programa da trupe. É importante assistir o primeiro episódio para entender de cara como a proposta de humor do grupo era subversiva, com esquetes que não terminam e as animações surrealistas do Terry Gillian funcionando como “vírgulas” narrativas. A TV inglesa já era bem doidona na época com séries como “Avengers” (1961-1969) e “O Prisioneiro” (1968-1969), mas com o Python, loucura sobe vários degraus.
Esse é aquele do homem (John Cleese) que compra um papagaio morto na petshop e é convencido pelo dono da loja (Michael Palin) de que o bicho está vivo. Tem outro esquete ainda melhor no mesmo programa: um mockumentary sobre um grupo de velhinhas delinquentes (a “delinquência senil”) que aterroriza Londres e ataca adolescentes, as “Hell’s Grannies”.
O programa começa com um musical em espanhol que conta a história da lhama (aquele bicho que cospe) enquanto todo mundo dança flamenco. Como se não fosse suficiente, é nesse episódio que tem a famosa música do lenhador com o coral da polícia montada canadense. “I’m a lumberjack and I’m ok/ I sleep all night and I work all day…”
Esse é um dos esquetes mais bobos e mais famosos do Python. Basicamente consiste no John Cleese andando de um jeito esquisito. No programa também tem outro mockumentary sobre os diabólicos Piranha Brothers, gângsters que aterrorizam Londres. Não é um episódio dos mais espetaculares, mas você certamente ia procurar pelo Silly Walk, não ia? Então, tá aí.
O programa tem uma piada recorrente com um grupo de cardeais invadindo outros esquetes e usando sempre o bordão “Ninguém espera a Inquisição Espanhola!”. É meio besta e meio intelectual, como as melhores coisas do Python. Tem também um esquete metalinguístico (uia) no qual os personagens não conseguem achar o punchline da piada.
Você certamente já viu um monte de piadas sobre Déjà Vu, mas certamente não uma que toma o programa inteiro e fica se repetindo até o fim. Você certamente já viu um monte de piadas sobre Déjà Vu, mas certamente não uma que toma o programa inteiro e fica se repetindo até o fim. Hã. Acho que já escrevi isso. Você certamente já viu um monte de piadas sobre Déjà Vu, mas certamente não uma que toma o programa inteiro e fica se repetindo até o fim. Tem algo estranho aqui.
Esse é aquele dos exploradores ingleses perdidos na selva em busca de um restaurante muito bem recomendado pela crítica, apesar dos frequentes ataques de nativos e animais ferozes. O esquete tem o Michael Palin de “black face” como dono do restaurante, o que provocaria uma crise mundial na utopia social perfeita em que vivemos. Tem também o esquete da Polícia Eclesiástica investigando o assassinato de um bispo e a “Departamento de Discussão”: “Aqui é que o departamento de discussão?” “Não, não é”. “Mas está escrito na porta”. “Mas não é, você pagou por cinco ou dez minutos?” etc.
Um esquete bastante simples é do cara da entidade beneficente que procura o banqueiro e o segundo não entende o conceito de “doação”. “Como assim, você pode dinheiro e as pessoas dão?! Mas isso é um plano de negócios totalmente inovador!” Mas o melhor é que o programa inteiro é construído em cima de “pantominas”, tipo os bonecões de Olinda, que ficam invadindo esquetes pra fazer zona. Tem ainda a animação “Caçadores de Casas”, que é o melhor trabalho do Terry Gillian em toda a série.
Espécie de “Robin Hood” do século 18, Denis Moore rouba dos ricos para dar aos pobres e aí os pobres ficam ricos e os ricos ficam pobres, fazendo com que ele comece tudo de novo. Ele também explica as coisas com mais detalhes do que são necessários e tem a mania de doar tremoços para os pobres. É… tremoços.
Um mockumentary que toma o programa inteiro e conta a história dos pioneiros franceses do balonismo, os irmão Montgolfier, na corte de Luís XIV. Montes de piadas com o sotaque e os hábitos de higiene dos franceses. Tem alguns balões também.