Em novembro de 2025, o IBGE atualizou a plataforma Nomes no Brasil com informações do Censo 2022. O sistema permite consultar prenomes e, quando o dado aparece, ver a frequência total, recortes por localidade e a variação por década, além de rankings por Brasil, unidades da federação e municípios. Para esta reportagem, a plataforma foi tomada como eixo de validação estatística: o começo do caminho para separar o que é só incomum do que cai, de fato, no extremo inferior de ocorrência.
A apuração foi montada para chegar a um conjunto final de raridade por método, não por impressão. Partiu da reunião de um universo amplo de grafias de prenomes já em circulação em registros e compilações abertas, incluindo formas pouco usuais, grafias criativas e variações ortográficas. A meta não era caçar “nomes diferentes” no olho, mas formar uma lista de termos para teste, larga o bastante para que o filtro estatístico fizesse o serviço de afunilar até um núcleo muito restrito.
Do universo de grafias ao crivo do IBGE
Em seguida, esse universo foi confrontado com as respostas obtidas no ecossistema do IBGE, combinando consultas diretas no site e consultas automatizadas via API. Aqui, a regra foi seguir a lógica do próprio IBGE para grafias: variantes contam como entradas distintas, e pequenas escolhas ortográficas podem separar ocorrências que, na fala, soariam iguais. Por isso não houve tentativa de “corrigir” nomes para um padrão externo. A escrita foi mantida como aparece, porque é justamente essa singularidade que costuma empurrar um prenome para a cauda estatística.
Sigilo estatístico e o critério de raridade extrema
O passo seguinte foi aplicar um critério operacional de raridade extrema compatível com a forma como o IBGE publica dados. O instituto informa que, dependendo da singularidade do termo buscado, a informação pode ser ocultada por regras de sigilo estatístico, com referência a patamares mínimos de incidência. Na prática, o limite do que aparece claramente no sistema não é o limite do que existe no país. Para lidar com isso sem inventar números, o cruzamento exigiu consistência: ficaram como candidatos finais os nomes cujas consultas caem na zona de exposição mínima do sistema e que, ao mesmo tempo, mostram estabilidade de grafia e circulação como prenome em fontes públicas abertas, sem identificação de indivíduos. Não se trata de “adivinhar” contagens ocultas; trata-se de delinear a raridade extrema pela convergência das evidências públicas e pelo comportamento das consultas no IBGE.
Um nome por letra como regra de seleção
O cruzamento também ajuda a entender como esses nomes se formam. Há um grupo que nasce de nomes compostos fundidos, quando duas referências viram uma palavra só e difícil de repetir com a mesma escrita. Outro aparece por citações fonéticas: grafias que tentam capturar um som associado a outras línguas, mas acabam fixando combinações de letras raras no português. E há as homenagens literais, quando uma referência cultural vira prenome na forma “colada”, criando uma assinatura nominal que quase não se repete. Esses mecanismos importam porque produzem exatamente o tipo de variação que fragmenta frequência e empurra um prenome para o extremo inferior.
A lista abaixo é o ponto de chegada desse processo. Ela funciona como uma introdução ao tema da raridade nominal no Brasil e foi montada com uma regra adicional de seleção: o conjunto final foi fechado escolhendo um nome por cada letra do alfabeto brasileiro. Assim, o recorte combina raridade estatística com uma distribuição deliberada por letra, para evitar que uma única inicial concentre a maior parte dos casos e para garantir um panorama do extremo de baixa frequência em todo o alfabeto.
- AAbideramam
- BBucktaylor
- CClauderlucia
- DDhyonattam
- EElvispresley
- FFranklestan
- GGeangiscan
- HHinglisney
- IIguatomozy
- JJaksmuller
- KKathiwccia
- LLeanjackson
- MMohammadhossen
- NNeuroastro
- OOlikeze
- PPhanttnopy
- QQuetillane
- RReverbero
- SSkarankof
- TTetclaymber
- UUakstei
- VVyttianne
- WWxpedito
- XXercilia
- YYerkyleydy
- ZZalzdiane


