As 7 melhores séries lançadas pela Netflix em 2025 (até agora) Justin Downing / Netflix

As 7 melhores séries lançadas pela Netflix em 2025 (até agora)

A Netflix iniciou 2025 com um conjunto de produções que chamaram atenção pela diversidade de abordagens e pela consistência de execução. A seleção que se consolidou até o momento reúne sete séries distintas, todas apresentadas com a expectativa de alcançar públicos diferentes, mas também de reforçar a aposta da plataforma em projetos capazes de sustentar discussões mais amplas. “Adolescência” concentrou boa parte das atenções pela ousadia formal: a narrativa em plano-sequência acompanha, em tempo real, o impacto de um crime atribuído a um garoto de treze anos. O efeito é claustrofóbico e, ao mesmo tempo, incisivo, conduzindo a discussão sobre masculinidade, responsabilidade juvenil e o papel das instituições diante da violência. Em registro oposto, “Cidade Tóxica” dramatiza uma história real ocorrida no norte da Inglaterra, quando mães passaram a enfrentar autoridades e empresas por negligência em relação a um desastre ambiental. A minissérie articula denúncia social e dramaturgia de tribunal, mantendo tensão ao destacar a persistência dos personagens diante da burocracia. “Ao Norte do Norte” traz o humor leve de uma comunidade inuvialuit no Canadá, mas sem reduzir a cultura local a folclore. A série utiliza situações cotidianas para discutir pertencimento, identidade e adaptação a um mundo cada vez mais padronizado. “Dept. Q”, por sua vez, é um thriller policial que parte de arquivos de casos antigos para tratar não apenas da investigação, mas do efeito que a violência e o esquecimento institucional exercem sobre indivíduos e coletividades. Já “Running Point” oferece uma comédia esportiva ambientada nos bastidores de uma franquia de basquete, explorando dinâmicas de poder, desigualdade de gênero e tensões familiares. “Para Sempre” apresenta o olhar de Mara Brock Akil para o universo da juventude negra americana, com foco nas relações afetivas e nos dilemas de identidade em meio à pressão social e ao desejo de autonomia. Por fim, “O Leopardo” revisita o clássico literário de Giuseppe Tomasi di Lampedusa, ambientando-o no processo de unificação italiana e explorando as transformações políticas e culturais que marcaram a aristocracia em declínio. Ao reunir essas produções, a Netflix demonstra uma estratégia que combina risco criativo, interesse em narrativas regionais e a intenção de ampliar seu alcance em debates contemporâneos. A variedade de formatos — do plano-sequência britânico à adaptação histórica italiana — confirma o esforço em oferecer obras que não apenas ocupem espaço no catálogo, mas que sustentem relevância crítica e cultural.

Revista Bula

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