Aprovados por eles: 8 perfumes femininos que deveriam vir com aviso de perigo

Aprovados por eles: 8 perfumes femininos que deveriam vir com aviso de perigo

Poucas coisas chegam antes da presença física e conseguem anunciar uma pessoa de modo tão completo quanto um perfume. Eles entram silenciosamente pelas frestas dos sentidos e logo estão comandando tudo: o olhar, a atenção, até os próprios pensamentos. Algumas fragrâncias femininas parecem dominar essa arte, transformando-se em perigosos cúmplices da sedução. É o caso do Good Girl, de Carolina Herrera, que mistura jasmin e cacau com uma ousadia calculada, um aroma que promete e cumpre o risco. Não fica longe o La Vie Est Belle, de Lancôme, cujo pralinê envolvente, apoiado pela sofisticação discreta da íris, torna-se quase um aviso de inevitável entrega.

Há, claro, perigos diferentes em diferentes frascos. O Coco Mademoiselle, de Chanel, brinca com a provocação refinada da rosa, do patchouli e do vetiver, avisando que elegância também pode se tornar viciante. Yves Saint Laurent, com seu Libre, é um manifesto discreto da lavanda e da baunilha, tão poderoso quanto uma declaração silenciosa de independência feminina. Jean Paul Gaultier, sempre polêmico, arrisca tudo num Scandal repleto de mel e laranja sanguínea, insinuando perigos delicadamente doces.

Outras fragrâncias levam o perigo um pouco mais longe, tocando limites inesperados. Ariana Grande, por exemplo, brinca com o risco da inocência, misturando chantilly e almíscar no Cloud, criando algo entre sonho e provocação, irresistível e perturbador ao mesmo tempo. Já Paco Rabanne, com Olympea, explora o contraste entre o doce e o salgado, provocando sensações ambíguas, deliciosamente incômodas. E Viktor & Rolf, com Flowerbomb, propõe exatamente o que seu nome sugere: uma explosão floral que invade o espaço pessoal, não pedindo licença nem desculpas.

O risco dessas fragrâncias reside justamente na sua capacidade de ultrapassar a mera beleza, tornando-se, elas mesmas, presenças perigosas. Não perigosas como algo que se evita, mas perigosas como algo que se deseja, ainda que a razão avise o contrário. O fascínio vem exatamente dessa pequena entrega consentida ao aroma que se sabe irresistível, perigoso, quase viciante. Afinal, não são apenas aromas, são pequenas tramas olfativas, que se movem suavemente, criando histórias particulares, momentos roubados, lembranças inevitáveis. São perfumes que deveriam vir com aviso, mas não vêm, deixando-nos com a sensação deliciosa e perigosa de estarmos sempre um pouco à mercê de seu efeito.