As 10 cidades mais felizes do Rio de Janeiro em 2025 — com base nos critérios da ONU Foto / Ranimiro Lotufo Neto

As 10 cidades mais felizes do Rio de Janeiro em 2025 — com base nos critérios da ONU

A busca pela felicidade, durante séculos confinada ao domínio da filosofia e das emoções subjetivas, transformou-se nas últimas décadas em objeto de estudo científico e ferramenta concreta de gestão pública. O relatório das 10 cidades mais felizes do estado do Rio de Janeiro em 2025 expressa essa transformação com clareza metodológica e compromisso institucional. Inspirado pelo World Happiness Report (WHR), publicação anual da Organização das Nações Unidas (ONU) reconhecida mundialmente, o presente índice adota e adapta esse modelo à realidade brasileira e, de forma específica, ao contexto fluminense. O objetivo não é apenas mensurar desempenho técnico, mas traduzir, com fidelidade, a experiência cotidiana de viver no Rio de Janeiro — em suas cidades, serras, costas e regiões metropolitanas.

O Índice de Felicidade Territorial do estado foi construído com base em 12 dimensões centrais, cuidadosamente selecionadas por sua relevância para o bem-estar individual e coletivo. São elas: renda per capita ajustada; expectativa de vida saudável; apoio social percebido; liberdade para escolhas de vida; generosidade e participação cívica; percepção de corrupção; qualidade da saúde pública; desempenho educacional; segurança pública; sustentabilidade urbana; mobilidade e infraestrutura; e equilíbrio entre vida e trabalho. Cada dimensão recebeu pontuação de 1 a 10, baseada em percentis estaduais e nacionais. A média ponderada entre elas gera a nota final, assegurando que nenhuma área — seja econômica, institucional, ambiental ou social — sobreponha-se de forma desproporcional às demais.

A metodologia privilegia transparência e auditabilidade. Todos os dados utilizados foram extraídos de fontes públicas e verificáveis: IBGE, Ministério da Saúde, PNAD Contínua, Atlas Brasil, SNIS, Mobilize Brasil, Datasus e outras bases institucionais. Quando variáveis subjetivas estavam ausentes para um município, adotaram-se proxies objetivos rigorosamente justificados, como taxa de voluntariado, tempo médio de deslocamento ou cobertura da atenção básica em saúde. Todo o processo é documentado em planilha pública, com nota metodológica anexa, e prevê revisão periódica com base em atualizações de microdados oficiais. A estrutura do índice assegura equilíbrio entre rigor técnico e aplicabilidade política, oferecendo às prefeituras, gestores estaduais e sociedade civil um retrato comparável, confiável e acionável da qualidade de vida em seus territórios.

O resultado é um panorama plural, revelador e muitas vezes surpreendente sobre o bem-estar no estado do Rio de Janeiro. Cidades como Niterói e Petrópolis figuram entre as mais bem colocadas, refletindo políticas públicas consistentes, infraestrutura consolidada e tecido social ativo. Municípios como Nova Friburgo, Teresópolis e Volta Redonda combinam tradição, natureza e investimento público para garantir padrões elevados de qualidade de vida. Já centros urbanos maiores, como a capital fluminense, enfrentam contradições mais evidentes, oscilando entre excelência localizada e desafios estruturais.

Mais do que um ranking, este relatório oferece um guia interpretativo e estratégico. A escala de classificação, apresentada em letras e conceitos descritivos, busca traduzir os níveis de felicidade territorial de forma acessível e significativa. Medir onde a felicidade é vivida e percebida no estado do Rio de Janeiro é também uma forma de indicar caminhos: para políticas públicas mais humanas, para decisões cidadãs mais conscientes e para o entendimento de que construir cidades felizes é um projeto coletivo, técnico e continuamente renovável.