5 livros perfeitos para quem ama viajar

5 livros perfeitos para quem ama viajar

Viajar é, talvez, um dos atos mais antigos e profundamente humanos que existem. Desde as primeiras trilhas abertas por pés descalços até os passaportes repletos de carimbos, existe algo de essencial na vontade de partir — mesmo sem saber ao certo para onde. Fugir da rotina? Descobrir o novo? Se reencontrar? Motivos variam, mas o impulso é universal. Só que nem todo mundo pode estar constantemente com a mala pronta ou com milhas acumuladas. E é aí que os livros entram, com sua habilidade invejável de nos carregar para longe sem sair do sofá, da cama ou daquela cadeira meio torta da varanda. Com uma boa leitura nas mãos, você atravessa desertos, fronteiras, aeroportos e até décadas — sem precisar encarar atrasos de voo ou comida de bordo. É o teletransporte mais elegante já inventado.

E quando a viagem literária não se limita a descrever lugares, mas sim a provocar deslocamentos internos, aí é que mora o verdadeiro encanto. Existem livros que não apenas nos mostram paisagens, mas nos viram do avesso. Que nos fazem olhar o mundo com olhos mais abertos e a vida com menos pressa. São histórias que sacodem a alma como quem balança a poeira de um casaco depois de uma longa estrada. Muitas dessas narrativas nascem da inquietude: daquelas figuras que não cabiam em suas cidades, empregos, casamentos ou em si mesmas. Escritores que precisaram andar para pensar, que usaram estradas como papel e cigarros como vírgulas. Gente que viveu — às vezes mal, outras vezes intensamente — para contar. A leitura desses relatos não substitui a viagem, mas amplia o mapa que levamos dentro da cabeça.

Nessa seleção, a Revista Bula apresenta cinco obras perfeitas para quem sente coceira nos pés ao ouvir falar em embarque, ou um frio bom no estômago só de pensar em recomeços. São livros que não tratam a viagem como cenário exótico, mas como motor de transformação — seja física, espiritual ou narrativa. A ideia aqui não é vender o romance do mochilão, mas mostrar que o deslocamento, voluntário ou não, pode ser literariamente sublime. Do espírito inquieto de Sal Paradise à poesia brutal de Al Berto, passando por alucinações, desertos, trens e beatniks em fúria, cada título é uma estrada diferente. Prepare-se para andar por dentro de si mesmo com o mesmo entusiasmo de quem atravessa um continente. Pegue um marcador de página, talvez um café, e embarque. A viagem já começou.

Fer Kalaoun

Fer Kalaoun é editora na Revista Bula e repórter especializada em jornalismo cultural, audiovisual e político desde 2014. Estudante de História no Instituto Federal de Goiás (IFG), traz uma perspectiva crítica e contextualizada aos seus textos. Já passou por grandes veículos de comunicação de Goiás, incluindo Rádio CBN, Jornal O Popular, Jornal Opção e Rádio Sagres, onde apresentou o quadro Cinemateca Sagres.