6 livros que tocaram profundamente meu coração e eu recomendaria aos meus melhores amigos

6 livros que tocaram profundamente meu coração e eu recomendaria aos meus melhores amigos

Existem livros que a gente lê como quem bebe água: rapidamente, sem pausa, apenas para saciar uma curiosidade passageira. Mas existem outros — mais raros, mais intensos — que escavam a alma como se procurassem uma chave esquecida dentro da gente. Esses não se contentam em ser lidos: querem ser vividos, absorvidos, mastigados com os olhos e sentidos com a pele. São livros que nos arrancam da superfície e nos empurram para dentro, onde o pensamento se embaralha com a emoção, e o silêncio vira conversa. Quando terminei cada um desses seis, algo em mim mudou. Não foi só admiração estética, embora isso também existisse. Foi algo mais íntimo: um reconhecimento, um choque, um abraço demorado em palavras que, de algum modo, disseram o que eu não sabia que precisava ouvir.

Talvez você já tenha sentido isso: terminar uma leitura com os olhos cheios e o peito apertado, não de tristeza, mas de presença. Como se, naquele instante, algo que estava solto em você tivesse finalmente encontrado um lugar. É esse tipo de encontro que esses livros me proporcionaram — e é por isso que eu não consigo guardá-los só para mim. Eles são daqueles que pedem para ser emprestados com certo cuidado, recomendados com uma pitada de urgência e discutidos em mesas de bar ou caminhadas longas. Nenhum deles entrega respostas fáceis, e justamente por isso são tão necessários. Eles nos colocam diante de espelhos irregulares, daqueles que não deformam, mas revelam. E quando a gente se vê ali, refletido e atravessado, entende que a boa literatura não é só companhia: é travessia.

Essas obras tocaram zonas muito diferentes do meu ser. Algumas me encontraram nos olhos, outras nos ossos. Uma falou com a minha adolescência, outra com as dores adultas que ainda não cicatrizaram direito. Todas, sem exceção, disseram algo que eu precisava ouvir com uma linguagem que só a literatura domina: a da emoção pensada, da razão sentida. A lista não obedece a lógica de gêneros nem de cronologia, muito menos de nacionalidade. Vai da filosofia política ao fluxo de consciência, da prosa breve ao romance imenso, sempre com o mesmo critério: cada uma dessas leituras me afetou profundamente e, por isso, as recomendaria sem hesitar aos meus melhores amigos. Eis, então, seis livros que fizeram morada dentro de mim — e talvez façam o mesmo com você.

Fer Kalaoun

Fer Kalaoun é editora na Revista Bula e repórter especializada em jornalismo cultural, audiovisual e político desde 2014. Estudante de História no Instituto Federal de Goiás (IFG), traz uma perspectiva crítica e contextualizada aos seus textos. Já passou por grandes veículos de comunicação de Goiás, incluindo Rádio CBN, Jornal O Popular, Jornal Opção e Rádio Sagres, onde apresentou o quadro Cinemateca Sagres.