Max

O império da lei era ainda um cenário distante em 1880, quando se desenrola a história de “Os Imperdoáveis”; homens corretos, bandidos e meretrizes encontravam uma maneira qualquer para conviver em harmonia, e desses acordos tácitos nasciam relações que, não raro, sobrepujavam a morte. Ninguém melhor que Clint Eastwood para transcrever para o cinema, com a exatidão necessária, muito do que acontecia naqueles tempos obscuros. Alma do faroeste — e do próprio cinema americano pós-moderno — por excelência, Eastwood põe no chinelo muito antimocinho e quase todos os super-heróis que certos estúdios empurram goela do público abaixo, sem que este sequer pigarreie.

Em uma terra sem lei, onde a sobrevivência dependia da velocidade do gatilho e da força de caráter, James Mangold revisita o faroeste para explorar dilemas morais universais. No confronto entre um fazendeiro quebrado pela guerra e um bandido carismático, o diretor desconstrói os arquétipos do herói e do vilão, revelando a complexidade humana. “Os Indomáveis” transcende o gênero, tornando-se uma reflexão poderosa sobre poder, honra e sacrifício.