Edival Lourenço

Jair

Jair

E agora, Jair? A mamata acabou, seu brilho ofuscou, o povo tossiu, sua bolha furou, e agora, Jair e agora nenê você sem renome só zomba dos outros, e nunca fez versos, não ama, não presta e agora, Jair? Leva essa mulher, também seu discurso, bota num carrinho, desses de bebê, sacode pra lá, bem longe sacode, seu tempo passou, o voto não veio, o golpe não veio, milícia não veio, nem a autocracia.

A riqueza do mundo e a herança dos otários

A riqueza do mundo e a herança dos otários

Homo sapiens, este bípede implume, mamífero por condição e pretensioso de nascença, é um animal encantador, que se diferencia de toda bicharada pelo o uso da razão e pelo porte da moralidade. E é ao mesmo tempo um tanto sinistro, exatamente por ser moral e dotado de raciocínio e se negar a usar essas faculdades praticamente exclusivas para se resguardar como espécie, neste momento da história em que toda a fauna humana passeia perigosamente numa frágil e movediça passarela sobre os horrores de um abismo.

Deus me livre de mim!

Deus me livre de mim!

A razão é um atributo do Homo sapiens, uma especificação de fábrica que nos distingue da fauna geral. A razão nos leva a certas práticas que são tipicamente humanas, tais como a cultura, o desenvolvimento do conhecimento e sua acumulação, a reflexão sobre as próprias atitudes e aprender com os erros próprios e dos outros, principalmente a melhoria da condição de vida por meio da capacidade empreendedora.

O gás já está aberto. Vamos riscar o fósforo?

O gás já está aberto. Vamos riscar o fósforo?

Ainda na passagem do século 18 para o 19, o economista britânico Thomas Malthus (1766-1834) alertou o mundo sobre um horizonte sombrio à espreita do Homo sapiens. Bradava ele sobre os riscos de um crescimento exponencial da população diante de um crescimento apenas linear da produção de alimentos. Sua hipótese se assentou sobre o fato de que, diante de situações mais favoráveis que as da Idade Média, a população do planeta saltou de 500 milhões para um bilhão de habitantes em 200 anos, já àquela época comprometendo a segurança alimentar.

Deus e os ovos no porta-malas

Deus e os ovos no porta-malas

Caiu num deslumbre endiabrado. Acabou o tempo para a escola e a família. Passava o dia na internet, alimentando comunidades, atualizando o blog, combinando com a galera sobre a balada que empreenderiam à noite. Duas coisas a tiravam do computador: baladas e compras. Adquiria os modelitos de grife, cada vez mais arrasantes, tanto pelo preço, quanto pela extravagância. Eram, como se diz, roupas de andar pelado.