Séries

Peter Sutherland, o protagonista de “O Agente Noturno”, é uma mistura muito bem-dosada do americano tranquilo com um sujeito cujas habilidades especiais para a investigação fazem-no verdadeiramente indispensável. Na segunda temporada da série criada por Matthew Quirk e Shawn Ryan, que acaba de estrear na Netflix, Peter mostra que continua sendo pau para toda obra, mas parece disposto a mostrar um lado sombrio que começava a pesar-lhe.

Em “Godless”, Scott Frank conduz uma narrativa que transcende os limites do faroeste tradicional. A minissérie, ambientada nos cenários áridos do Novo México, explora personagens complexos e traça um paralelo entre o peso das escolhas humanas e a implacável beleza do Velho Oeste. Com atuações intensas e direção magistral, a história combina reflexão e ação, oferecendo um olhar contemporâneo sobre um gênero clássico.

O nada óbvio universo macabro de Ryan Murphy desdobra-se em cima de emoções contraditórias e algo fascinantes. Pelo que diz nas campanhas de divulgação de seus trabalhos, Murphy, um dos grandes showrunners da América, crê que o bárbaro no gênero humano caminha lado a lado com o divino, e, em sendo assim, ninguém, absolutamente ninguém, encarna só um deles. Em “Dahmer: Um Canibal Americano”, por exemplo, há racismo, mas não só. A série humaniza o monstro, apontando sua torpeza ao passo que busca possíveis razões para seus feitos inomináveis.