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Ela passou quase 30 anos esquecida em um manicômio; morreu como indigente e foi reconhecida apenas depois da morte

Ela passou quase 30 anos esquecida em um manicômio; morreu como indigente e foi reconhecida apenas depois da morte

Stella do Patrocínio nasceu no Rio de Janeiro, em 1941, e atravessou a vida entre pavilhões. Jovem, foi abordada em Botafogo e encaminhada do pronto-socorro ao Centro Psiquiátrico Pedro II; em 1966, transferiram-na para a Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, onde o tempo virou prontuário. Mulher negra e pobre, viveu décadas sob custódia, mas nunca silenciou: falava como quem respira. Nos anos 1980, fitas registraram essa fala. Em 1992, após amputação e infecção, morreu e foi enterrada como indigente. Hoje, sua história permanece no acervo do Museu Bispo do Rosário.

Um método moderno de encerrar discussões políticas

Um método moderno de encerrar discussões políticas

Sempre atentos ao que ocorre no mundo, os nerds do Silicon Valley identificaram uma oportunidade de ouro no Brasil e estão lançando um novo app que vai melhorar bastante a vida das pessoas por aqui. Trata-se de um app que permite que dois amigos com opiniões completamente contrárias em matéria de política consigam conversar sem brigar. O app é ideal para que aqueles velhos amigos que andam em lados políticos completamente opostos consigam conversar numa boa quando se encontram.

O desejo é um cão dos diabos

O desejo é um cão dos diabos

Na Vara da Família, esperava-se silêncio solene, mas o que se ouvia era o barulho de um juiz em apuros sentimentais. Entre perucas andróginas, escapadas nas docas e um assessor fiel demais, a vida de Sua Excelência parecia mais comédia de bastidores do que drama de tribunal. Havia whisky sobre a mesa, culpa nos olhos e chantagem no ar. A cada revelação, menos toga e mais farsa, como se a moral e os bons costumes fossem apenas figurino mal costurado.

A poeta trágica argentina que redefiniu a literatura latino-americana morreu de overdose aos 36

A poeta trágica argentina que redefiniu a literatura latino-americana morreu de overdose aos 36

Filha de imigrantes judeus ucranianos, Alejandra Pizarnik nasceu em Avellaneda, cresceu entre asma, gagueira e o rumor de perdas familiares. Adolescente, encontrou na leitura uma casa; adulta, forjou voz própria entre Buenos Aires e Paris, traduzindo, estudando, vivendo com dinheiro curto e noites compridas. Recebeu bolsas prestigiosas, mas a precariedade persistiu. Relações intensas, dependência de medicamentos, hospitalizações. Em 1972, aos trinta e seis, morreu após uma overdose, deixando cadernos, cartas e uma presença que só cresceu.

A poeta que o Brasil deixou morrer em silêncio: prêmios não pagaram o aluguel, sopa fria e a palavra como único salário

A poeta que o Brasil deixou morrer em silêncio: prêmios não pagaram o aluguel, sopa fria e a palavra como único salário

Entre o quarto da Casa do Estudante e as salas da USP, Orides Fontela fez do rigor sua sobrevivência. Nascida em 1940, em São João da Boa Vista, atravessou censura, inflação e prêmios que não pagavam aluguel. Em 1996, diante das câmeras do SBT, preferiu pausas a anedotas. Em 1998, morreu em Campos do Jordão, reconhecida no último instante por um médico atento. Só depois, o país aprendeu o alcance de sua voz. Esta reportagem reconstrói a vida áspera que lapidou uma poesia de precisão e coragem, sem pedir piedade.