Na maturidade, a vida adquire uma cadência própria, uma espécie de melancolia suave que afasta gradualmente tudo aquilo que um dia nos parecia satisfatório. Há quem enfrente esse sentimento com persistência; outros, desamparados, resignam-se. Mas, em ambos os casos, a impressão dominante é de que a essência da existência se dissipa, dando lugar a uma resistência obstinada e ao pressentimento da finitude. Em momentos assim, qualquer auxílio parece válido, e mesmo métodos inconvencionais ganham legitimidade temporária — ao menos até que se descubra uma alternativa mais eficaz para lidar com as angústias que não podem esperar.

Em “Jogada de Rei” (2023), acompanhamos a trajetória real de Eugene Brown, um ex-detento que, após quase duas décadas na prisão, decide transformar sua vida e inspirar jovens em situação de vulnerabilidade. Através do xadrez, uma prática muitas vezes associada à elite, Brown encontra uma nova missão: oferecer uma segunda chance a adolescentes que, como ele, enfrentam escolhas difíceis e obstáculos. Com Cuba Gooding Jr. no papel principal, o filme explora a redenção, o desafio de recomeçar e o impacto de um mentor inesperado.

Adaptado por Danny Brocklehurst do romance homônimo de Harlan Coben de 2016, os oito episódios de “A Grande Ilusão”, série da Netflix dirigida por David Moore e Nimer Rashed, misturam um casamento apodrecido que se arrasta por mais tempo que o razoável, cidadãos de bem com um arsenal de guerra em cofres domésticos, a superproteção de uma mãe a um filho bastante crescidinho e, o principal, no que isso tudo pode interferir na qualidade de vida de uma mulher já aflita, meio sem rumo.

Inspirado pela trajetória real da mergulhadora Audrey Mestre, “Paixão Sufocante” aborda a intensa e tumultuada relação entre dois mergulhadores impulsionados por uma ambição perigosa. Dirigido por David M. Rosenthal, o filme retrata a jovem Roxana e seu instrutor Pascal, que se envolvem em um romance carregado de paixão e controle, enquanto desafiam os limites do mergulho livre. Em uma trama que mistura amor e obsessão, o longa questiona até onde alguém pode ir em busca de glória, mesmo que o preço seja a própria vida.

“Blade Runner 2049” é inspirado no questionamento radical que marca o livro de Philip K. Dick, autor do romance “Androides Sonham com Ovelhas Elétricas?”, de 1968, que deu origem ao filme de 1982. Considerado um dos nomes mais arrojados da ficção científica do século 20, Dick era conhecido por sua visão distópica e pela crítica à alienação tecnológica, embora tenha recebido com ceticismo as primeiras tentativas de adaptar sua obra para o cinema.