Pare tudo para assistir: 4 filmes que chegaram esta semana à Netflix e entregam mais do que muito lançamento de 2025 Divulgação / Focus Features

Pare tudo para assistir: 4 filmes que chegaram esta semana à Netflix e entregam mais do que muito lançamento de 2025

Entre um blockbuster reciclado e outro lançamento que parece feito por piloto automático, às vezes o melhor é parar e ver o que já está ali. Quatro filmes voltaram ao catálogo da Netflix nos últimos dias e, sem prometer revolução, entregam mais do que muita estreia com marketing inflado. São obras que talvez você tenha deixado passar, ou esquecido que existiam. Agora reaparecem com outra utilidade. Não são eventos, mas são pausas. Pequenas lembranças de que o cinema ainda pode funcionar sem urgência.

Este filme passou batido no cinema, mas agora virou ouro na Netflix

Este filme passou batido no cinema, mas agora virou ouro na Netflix

Há filmes que operam como mecanismos de precisão narrativa. Mas há outros, mais raros, que preferem funcionar como armadilhas: te atraem pela promessa de clareza, para em seguida embaralhar tudo com maestria. “Um Contratempo”, do diretor espanhol Oriol Paulo, pertence a essa segunda linhagem, e se destaca por como confunde não por falha, mas por método. O longa, estruturado como uma partida de xadrez onde cada movimento revela intenções ocultas, não oferece ao espectador o conforto de uma única verdade.

Está na Netflix: o filme que apaga os Beatles — e acerta no coração Divulgação / Universal Pictures

Está na Netflix: o filme que apaga os Beatles — e acerta no coração

Um músico mediano acorda em um mundo onde os Beatles nunca existiram. O apagão que apaga a maior banda de todos os tempos da história da humanidade é tratado sem espanto, sem análise, quase como um detalhe técnico. Mas ali começa a distorção. Não é apenas uma boa premissa de ficção. É um experimento cultural sobre autoria, memória e oportunismo. Em “Yesterday”, dirigido por Danny Boyle, um sujeito comum encontra uma brecha entre o esquecimento coletivo e a fama. E entra.

As árvores da minha vida

As árvores da minha vida

Nunca entendi por que as pessoas não gostavam da velha paineira lá da chácara. Era a minha árvore favorita quando criança: suas fortes e exuberantes raízes aparentes aconchegavam na hora do descanso e funcionavam como fortalezas imaginárias em qualquer brincadeira; seus galhos estavam sempre cheios de passarinhos; e, na época certa, seus fiapos de paina cobriam o pasto ao redor: eu pensava que isso devia ser algo parecido com a neve.

A escritora que escreveu e publicou sem o marido saber — e deu origem ao Dia das Mães como ato político

A escritora que escreveu e publicou sem o marido saber — e deu origem ao Dia das Mães como ato político

Às vezes é preciso esconder até a própria voz para que ela exista. Em Boston, numa casa elegante de nome histórico, uma mulher escrevia poemas sem dizer. Escondia-os nos bolsos dos vestidos, entre os papéis da casa, como se cada linha fosse uma forma de desobediência, um movimento quase microscópico contra a delicada armadura conjugal. Não era sobre escândalo, nem sobre heroísmo. Era sobre escrever sem pedir permissão. Julia Ward Howe não nasceu para ser invisível, mas aprendeu, cedo demais, que visibilidade feminina era um campo minado. E escolheu, como tantas outras, escrever na sombra antes de ser lida à luz.