O escritor que ensinou o Brasil a rir partiu. O riso ficou órfão. O país chora baixinho
Porto Alegre amanhece fria, em agosto; um sax em repouso, e o país segura o fôlego. Luis Fernando Verissimo, menino das gráficas, cronista de voz baixa, saxofonista de clubes e torcedor colorado, fecha o arco na cidade natal. Entre prensas e bondes, aprendeu atenção; entre salas e redações, entregou delicadeza e lâmina limpa. Viveu timidez generosa, respondeu leitores, preferiu ternura com precisão. Aos 88, morreu por complicações de pneumonia; ficam a cadência das colunas, o humor que cuida, a memória que não se apaga.