Ele reinventou a poesia aos 16, abandonou tudo aos 20, traficou armas na África e morreu anônimo aos 37

Ele reinventou a poesia aos 16, abandonou tudo aos 20, traficou armas na África e morreu anônimo aos 37

Arthur Rimbaud incendiou a poesia francesa ainda adolescente e abandonou a literatura aos vinte, como quem rejeita a própria glória. Nos anos seguintes, atravessou desertos, negociou armas, lidou com sultões e comerciantes de marfim. Sua trajetória oscila entre o êxtase visionário e a dureza colonial. Este ensaio acompanha essa metamorfose brutal: do poeta que queria explodir o verbo ao homem que se calou diante da linguagem. Rimbaud não se contradiz — rompe. E ao desaparecer, transforma o silêncio em gesto extremo. Não há redenção. Não há legado pacificado. Só ruína, recusa e uma ausência que ainda fere.

Um dos filmes mais importantes do século acaba de chegar à Netflix — e pouca gente percebeu Seacia Pavao / Open Road Films

Um dos filmes mais importantes do século acaba de chegar à Netflix — e pouca gente percebeu

A primeira coisa que vem à cabeça diante de um enredo como o de “Spotlight: Segredos Revelados” é a velha máxima de que ninguém engana a todos por todo o tempo, muito menos para sempre. Em 6 de janeiro de 2002, o “Boston Globe” publicou na primeira página que padres haviam abusado de crianças e adolescentes, estimulados pela omissão da cúpula da Igreja. Assinada por Michael Rezendes, a matéria imediatamente repercutiu no mundo todo, acendendo uma luz amarela que logo bateu no Vaticano.

Um diamante sujo no catálogo da Netflix: a ação mais barulhenta (e genial) de Guy Ritchie Divulgação / Columbia Pictures

Um diamante sujo no catálogo da Netflix: a ação mais barulhenta (e genial) de Guy Ritchie

Há um tipo de filme que não se contenta em contar. Ele cospe, gagueja, desiste e volta. Dá voltas como um boxeador sem guarda, como se desafiar a própria narrativa fosse mais importante que qualquer desfecho. É o cinema que não pede permissão, que abre a porta da frente com o ombro e rabisca a parede da sala antes de dizer ao que veio. Em “Snatch: Porcos e Diamantes”, Guy Ritchie não quer falar sobre crime — ele quer te empurrar dentro dele, de rosto contra o asfalto. Não se trata de compreender, mas de sentir a pancada, rir com sangue na boca, seguir adiante.

Amar, perder e resistir: três grandes histórias de amor que emocionaram a crítica e estão na Netflix Divulgação / Columbia Pictures

Amar, perder e resistir: três grandes histórias de amor que emocionaram a crítica e estão na Netflix

Não são romances leves nem fórmulas prontas: são histórias que incomodam, doem e, mesmo assim, permanecem. Três filmes que transformam o amor em algo mais do que promessa — e fazem da ausência um território tão poderoso quanto o afeto. Dramas que marcaram o cinema e foram celebrados pela crítica com razão: há dor, há silêncio, mas também há verdade. E sim, todos estão na Netflix. Porque, de vez em quando, a plataforma entrega mais do que distração. Entrega intensidade.

A mais tocante história de amor da Netflix — e, sem dúvida, uma das mais belas da história do cinema Divulgação / Annapurna Pictures

A mais tocante história de amor da Netflix — e, sem dúvida, uma das mais belas da história do cinema

Barry Jenkins é mestre em transformar a delicadeza da vida cotidiana em um campo minado de emoções não ditas, silêncios dolorosos e gestos que gritam sem som. Sua arte, feita de olhares profundos e cores saturadas, oferece ao espectador uma reflexão contundente sobre as relações humanas e os abismos sociais que definem a existência negra na América contemporânea. Ao retratar amores interrompidos e felicidades adiadas, Jenkins cria um cinema urgente, poético e necessário, que denuncia injustiças enquanto celebra silenciosamente a resistência daqueles que insistem em amar, apesar de tudo.