Os 5 livros Machado de Assis lia enquanto o Brasil dormia

Os 5 livros Machado de Assis lia enquanto o Brasil dormia

Enquanto o Brasil repousava em berço colonial, abafado por brisas mornas e instituições emperradas, Machado de Assis lia como quem preparava um levante silencioso. Não havia aplausos, apenas o ranger de uma cadeira, a lâmpada fraca, o mundo inteiro escondido entre páginas em francês, inglês, alemão. Hamlet, Dom Quixote, Fausto. A insônia era estética, e a solidão, necessária. Ler era mais do que hábito: era resistência íntima, refino secreto, fermento do impossível. Antes de reinventar a literatura brasileira, ele precisou atravessar, sozinho, a de quase todos os outros países.

O livro mais caro do Brasil foi vendido por 143 mil reais — e esconde uma tragédia

O livro mais caro do Brasil foi vendido por 143 mil reais — e esconde uma tragédia

Em dezembro de 2021, um exemplar raro da primeira edição de “Os Sertões”, obra que Euclides da Cunha publicou em 1902, tornou-se o livro mais caro já vendido no Brasil, atingindo R$ 143 mil num leilão no Rio de Janeiro. O volume, com cerca de oitenta correções feitas à mão pelo autor, revela as angústias e contradições do escritor ao narrar a Guerra de Canudos. Mais do que um objeto raro, o livro simboliza um Brasil dividido, complexo e violento, cuja história permanece aberta, incômoda e ainda profundamente atual.

O filme que todo mundo viu nos anos 80, esqueceu que existia, e agora está na Netflix Divulgação / Columbia Pictures

O filme que todo mundo viu nos anos 80, esqueceu que existia, e agora está na Netflix

O que se via ali não era o futuro. Era uma lembrança disfarçada de promessa. Aquele tipo de ficção que não empurra para o depois, mas puxa para o antes. Uma cidade exausta, um helicóptero impaciente, um olhar treinado demais para ser apenas curiosidade. E o som, sempre o som, latejando por trás das paredes, atravessando portas, monitorando respirações. Havia, naquela paisagem granítica de concreto e paranoia, um espaço entre o que se via e o que se sabia. E ninguém parecia disposto a ocupar esse intervalo. A tela se abria, sim, mas era para dentro. E ninguém tinha a chave.

A escritora brasileira que foi chamada de louca e internada em hospícios por desafiar o que era esperado de uma mulher

A escritora brasileira que foi chamada de louca e internada em hospícios por desafiar o que era esperado de uma mulher

Maura Lopes Cançado viveu no limite entre lucidez e loucura, escrevendo desde os porões dos hospícios em que foi confinada. Autora de apenas dois livros, a escritora mineira chocou a sociedade brasileira dos anos 1950 e 1960 com textos radicais sobre sexualidade, psiquiatria e liberdade feminina. Admirada por intelectuais e renegada pela crítica, Maura viveu cercada por escândalos e tragédias pessoais, até cair no esquecimento por décadas. Hoje, sua obra retorna às livrarias como testemunho essencial de uma mulher que ousou transformar a literatura num ato definitivo de resistência.

7 filmes da HBO Max que você realmente deveria assistir Divulgação / Warner Bros.

7 filmes da HBO Max que você realmente deveria assistir

Entre novidades passageiras e apostas esquecíveis, ainda existem filmes que resistem ao tempo e ao ruído do catálogo. Nem todos estão no topo dos algoritmos, mas seguem sendo relevantes por mérito próprio. A HBO Max reúne produções que, mesmo longe do circuito mais comentado, mantêm consistência, densidade e impacto. Algumas foram aclamadas, outras passaram discretamente. Mas todas têm algo que justifica a atenção. Neste conjunto, estão histórias de crime, perda, redenção, isolamento e escolha. E cada uma delas encontra uma maneira direta de permanecer relevante.