4 filmes na Netflix sobre coragem moral — leitura possível via Hannah Arendt

4 filmes na Netflix sobre coragem moral — leitura possível via Hannah Arendt

Quando Hannah Arendt refletiu sobre a coragem moral, ela não a entendeu como um ato heroico ou grandiloquente, mas como uma capacidade de defender a própria consciência diante de pressões esmagadoras. Essa coragem é intrínseca à recusa em fazer parte de mecanismos de injustiça e a determinação em assumir responsabilidade pelas próprias escolhas. No cinema, contextos distintos nos apresentam a personagens que enfrentam dilemas éticos.

Saindo do armário

Saindo do armário

Há uma tradição local para as comemorações de aniversários redondos e, na releitura de meu vilarejo, os vizinhos organizam uma festa surpresa temática para homenagear aquele que muda a dezena da idade. Em meu caso, trouxeram roupas tradicionais que eu deveria vestir. Um casal igualmente trajado desse modo festivo dançou polca e depois me ensinou a arriscar alguns passos. Foi uma noite de polcas e boas, evidentemente.

A poeta que o Brasil deixou morrer em silêncio: prêmios não pagaram o aluguel, sopa fria e a palavra como único salário

A poeta que o Brasil deixou morrer em silêncio: prêmios não pagaram o aluguel, sopa fria e a palavra como único salário

Entre o quarto da Casa do Estudante e as salas da USP, Orides Fontela fez do rigor sua sobrevivência. Nascida em 1940, em São João da Boa Vista, atravessou censura, inflação e prêmios que não pagavam aluguel. Em 1996, diante das câmeras do SBT, preferiu pausas a anedotas. Em 1998, morreu em Campos do Jordão, reconhecida no último instante por um médico atento. Só depois, o país aprendeu o alcance de sua voz. Esta reportagem reconstrói a vida áspera que lapidou uma poesia de precisão e coragem, sem pedir piedade.

4 filmes na Netflix com menos de 95 minutos que parecem aulas de roteiro Divulgação / Laymon's Terms

4 filmes na Netflix com menos de 95 minutos que parecem aulas de roteiro

A ideia de que grandes filmes precisam de longas horas para se desenvolver é um mito que o próprio cinema se encarregou de desmentir. Muitas obras consagradas provam que, em menos de 95 minutos, é possível construir narrativas complexas, personagens tridimensionais e conflitos que permanecem na mente do espectador muito além dos créditos finais. Esse tempo reduzido não limita a densidade dramática; ao contrário, exige precisão, ritmo e escolhas narrativas calculadas, qualidades que transformam o filme em verdadeira aula de roteiro.

Nova na Netflix, uma história de amor para relaxar sem culpa e pensar melhor Divulgação / Hallmark Channel

Nova na Netflix, uma história de amor para relaxar sem culpa e pensar melhor

“Amor em Grande Estilo”, de Michael Robison, é uma produção que se oferece como comédia romântica televisiva e assume, com discrição calculada, a tarefa de tensionar um mercado que transforma estética em norma. Não levanta cartazes, não vende revoluções, e justamente por isso merece atenção: desloca o eixo do glamour e observa o trabalho, a engrenagem, a regra que padroniza. A história acompanha uma estilista que recusa a lógica dos centímetros e um editor que descobre a própria miopia. O romance existe, mas o motor do filme está em outro lugar: no atrito entre criação, corpo e negócio.