Não se engane: “Treze Homens e um Novo Segredo” é um filme sobre o pior do homem. No fechamento da trilogia, Steven Soderbergh continua mirando no que vê e acertando no que não vê, e poucos diretores manejam tão bem uma espiral de reviravoltas que fundem-se umas nas outras e deixam o espectador preso até o último lance.
“Na Teia da Aranha” é um thriller de 2001 dirigido por Lee Tamahori, com Morgan Freeman no papel de Alex Cross. A história acompanha o sequestro de uma aluna de internato e a corrida das autoridades para decifrar um plano construído a partir do estudo de rotinas e acessos. O filme evita exagero visual e trabalha com procedimentos. A ênfase recai em decisões sucessivas, na alocação de recursos e na leitura de pistas que nem sempre chegam na ordem desejada.
Sem dúvida, “A Fita Branca” (2009), de Michael Haneke, continua a ser o grande filme sobre as chagas da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), mas decerto o estoniano Ergo Kuld faz um bom trabalho com “Em Nome da Honra”, um romance despretensioso e até tautológico. Com uma narrativa simples, o diretor não tergiversa e procura ser o mais objetivo que consegue ao contar, em 85 minutos, a saga de um homem apaixonado que acaba forçado a enfrentar uma prova de fogo para ter a mulher amada e preservar sua dignidade. Mas nem tudo é o que parece.
Na planície do Nebraska, um pastor e seu filho de quatro anos encaram o indizível. Randall Wallace filma o extraordinário em caixas de família, preserva delicadeza e retira arestas. A dúvida do pai encontra o espanto do menino, e a fé ganha corpo em pequenos gestos. A encenação evita dogmas, busca consolo e mantém a discussão no âmbito doméstico, com interpretações contidas de Greg Kinnear e Connor Corum.
A poeira do deserto é um pensamento antigo que se recusa a baixar; um letreiro de neon, do outro lado do mundo, lateja sem tradução; duas crianças cochicham dentro de um carro que roda por uma fronteira onde a noite começa antes do entardecer. Em “Babel”, o sentido se atrasa; a frase chega, a resposta falha; a mão toca e não alcança. Um rifle muda de dono e carrega, dentro do metal, a fadiga de histórias que não conversam entre si.
