Arquivos

Aventura épica com Anya Taylor-Joy e Chris Hemsworth na Netflix vai te deixar sem fôlego e ligeiramente perturbado Divulgação / Warner Bros.

Aventura épica com Anya Taylor-Joy e Chris Hemsworth na Netflix vai te deixar sem fôlego e ligeiramente perturbado

Sob o sol impiedoso daquele universo onde nada floresce além da brutalidade, é curioso perceber como “Furiosa: Uma Saga Mad Max” funciona quase como uma arqueologia afetiva do próprio caos. O filme se oferece como uma espécie de rito de iniciação, um convite ao espectador para atravessar uma paisagem que dispensa sentimentalismos, mas ainda assim insiste em testar a fibra moral de quem escolhe sobreviver. É nesse terreno de poeira e combustão que a narrativa encontra sua força, não por reproduzir o frenesi conhecido, mas por explorar o que acontece quando a violência perde a pressa e o desespero ganha forma de biografia.

Ela é a companhia ideal e o pesadelo perfeito: filme da HBO Max que parece um episódio proibido de Black Mirror Divulgação / New Line Cinema

Ela é a companhia ideal e o pesadelo perfeito: filme da HBO Max que parece um episódio proibido de Black Mirror

O amor pela vida é desculpa para atrocidades as mais diabólicas, parte do argumento elaborado por Drew Hancock em “Acompanhante Perfeita”. Sofisticado, o filme de Hancock toca em algumas feridas que a humanidade vai cultivando, não exatamente iludida, mas teimosa, achando que do mal nascerá o bem. Os desafios da convivência, a misoginia, o celibato involuntário são tratados pelo diretor-roteirista com uma dose generosa de nonsense e gore, mas nunca de modo gratuito, levando o espectador a pensar.

Para maratonar: série que satiriza 30 anos de cultura pop é mais inteligente do que parece e está na Netflix Divulgação / Hulu

Para maratonar: série que satiriza 30 anos de cultura pop é mais inteligente do que parece e está na Netflix

A primeira impressão que “Future Man” provoca é a de uma provocação travestida de comédia juvenil: nada ali parece disposto a se levar a sério, e talvez seja justamente essa recusa obstinada à solenidade que libere a série para algo mais interessante que a simples paródia. Em vez de repetir a ladainha nostálgica que tantas produções tentam vender como homenagem, ela prefere esgarçar cada referência até o limite do absurdo, como se testasse a paciência do espectador e, ao mesmo tempo, sua cumplicidade.

Guillermo del Toro reinventa clássico do terror gótico e entrega uma das experiências mais belas do cinema recente, na Netflix Ken Woroner / Netflix

Guillermo del Toro reinventa clássico do terror gótico e entrega uma das experiências mais belas do cinema recente, na Netflix

“Frankenstein”, de Guillermo del Toro, é uma tentativa grandiosa de devolver ao mito fundacional da literatura moderna o peso que a sucessão de adaptações diluiu. O cineasta parte de Mary Shelley não apenas para reconstruir uma narrativa sobre vida e morte, mas para propor uma reflexão sobre a própria natureza da criação, seja ela científica, artística ou moral. Há algo de inevitavelmente ambicioso nesse gesto: o que Shelley concebeu como tragédia romântica e crítica à arrogância humana, Del Toro traduz em espetáculo visual e sentimental, onde cada imagem busca não só fascinar, mas convencer o espectador de que o horror ainda pode carregar dignidade.

Entrou hoje na Netflix: Melissa McCarthy em comédia que vai te fazer chorar de rir Divulgação / New Line Cinema

Entrou hoje na Netflix: Melissa McCarthy em comédia que vai te fazer chorar de rir

As máquinas fazem questão de lembrar-nos de nossos defeitos e, assim, acabamos de tal modo vexados de nossa pobre humanidade que a encobrimos. Carol Peters vai deixando-se cair nessa armadilha, mas também consegue extrair proveito do dispositivo ultratecnológico que invade sua rotina sem prévio aviso. “Superinteligência” explora boas possibilidades do argumento, divagando sobre um cérebro eletrônico charmoso o bastante para influenciar as decisões mais importantes de uma mulher.