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Promete tudo e entrega nada: o terror falho de uma grande franquia, na Netflix Scott Garfield / Netflix

Promete tudo e entrega nada: o terror falho de uma grande franquia, na Netflix

A história acompanha um grupo de cientistas a bordo de uma estação espacial que, ao ativar um experimento energético revolucionário, acaba abrindo brechas entre dimensões, desencadeando eventos caóticos e inexplicáveis. A proposta tem potencial e insere elementos da ficção científica clássica com ecos de “Alien” e “Event Horizon”, mas a trama se perde em sua própria ambição. A relação com o universo “Cloverfield” soa forçada, como se o roteiro tivesse sido adaptado de um projeto independente para se encaixar na franquia, sem a coesão necessária.

O filme de R$ 4 bilhões que consagrou Julianne Moore com a maior bilheteria de sua carreira acaba de chegar à Netflix Murray Close / Lionsgate

O filme de R$ 4 bilhões que consagrou Julianne Moore com a maior bilheteria de sua carreira acaba de chegar à Netflix

Ao abandonar as arenas e mergulhar nos bastidores da guerra, este capítulo transita do espetáculo para a manipulação simbólica, revelando a fragilidade dos discursos de liberdade em meio à propaganda. Em um mundo fraturado, cada imagem de resistência é também uma encenação. Aqui, o heroísmo não nasce da força, mas da relutância em continuar fingindo que há escolhas fáceis — quando toda decisão serve a um enredo que ninguém controla por completo.

Um dos filmes mais assistidos de todos os tempos: 500 milhões de visualizações desde o lançamento e R$ 7 bilhões em receita. Está na Netflix Divulgaçào / Lionsgate Entertainment

Um dos filmes mais assistidos de todos os tempos: 500 milhões de visualizações desde o lançamento e R$ 7 bilhões em receita. Está na Netflix

A insistência do ser humano em trilhar os caminhos mais sórdidos da autodestruição econômica, ética e afetiva torna a ficção especulativa um espelho incômodo, ainda que necessário. Em “Jogos Vorazes: Em Chamas”, a engrenagem distópica não é apenas retomada — ela é tensionada ao limite, graças à direção de Francis Lawrence, que substitui Gary Ross sem perder o pulso do que há de mais brutal e, paradoxalmente, sensível na trajetória de Panem.

A última história de Shakespeare virou filme — e acaba de chegar à Netflix Robert Youngson / Sony Classics

A última história de Shakespeare virou filme — e acaba de chegar à Netflix

Entre as ruínas do Globe Theatre e o desassossego de uma alma em colapso, “A Pura Verdade” reconstitui um Shakespeare que sangra longe das luzes do palco. Kenneth Branagh vai além da reverência histórica ao imaginar o poeta como um homem esvaziado, vencido pela própria genialidade. O filme investiga o silêncio posterior à glória, onde nem a memória nem o talento conseguem mais resgatar quem um dia foi verbo absoluto.

O filme que é um verdadeiro fenômeno e está na Netflix: 4,3 bilhões em bilheteria e 250 milhões de pessoas nos cinemas Divulgaçào / Lionsgate Entertainment

O filme que é um verdadeiro fenômeno e está na Netflix: 4,3 bilhões em bilheteria e 250 milhões de pessoas nos cinemas

Se “Jogos Vorazes” inaugurou uma distopia marcada pelo espetáculo da brutalidade, sua continuação, “Em Chamas”, refina essa crítica e a conduz a um nível mais sofisticado. Em vez de apenas expandir o universo, o filme transforma cada cena em um comentário incisivo sobre opressão e resistência, abandonando qualquer ingenuidade que poderia ter permeado o primeiro longa. Francis Lawrence assume a direção com uma precisão que transcende a função de simples continuidade e entrega uma obra que não apenas sustenta a força do original, mas a amplia com inteligência e impacto.