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O amor é real. O mistério também. E a melhor estreia da Netflix em abril vem dessa combinação rara Divulgação / Hulu

O amor é real. O mistério também. E a melhor estreia da Netflix em abril vem dessa combinação rara

No interior inglês dos anos 1920, uma jovem criada atravessa um domingo aparentemente comum que se revelará definitivo. Entre o luto de uma geração marcada pela guerra e os interditos sociais de uma aristocracia em declínio, ela transforma o desejo clandestino em ponto de partida para a escrita, desafiando, com sensibilidade e firmeza, os papéis a ela impostos desde o nascimento — e abrindo caminho para uma voz que não mais será silenciada.

Épico de Baz Luhrmann baseado em obra-prima de F. Scott Fitzgerald, na Max Divulgação / Warner Bros.

Épico de Baz Luhrmann baseado em obra-prima de F. Scott Fitzgerald, na Max

Leonardo DiCaprio, ao assumir o papel de Jay Gatsby, entrega uma performance que vai além da reconstituição histórica ou da fidelidade ao romance. Seu Gatsby é uma figura marcada por contradições — ao mesmo tempo grandioso e frágil, seguro e atormentado, encantador e patético. A tensão entre sua ostentação pública e sua vulnerabilidade privada é palpável, e DiCaprio a encena com nuances que raramente são alcançadas em personagens de adaptação literária.

Mais que um filme, uma verdadeira aula de história — na Max Divulgação /Quiddity Films

Mais que um filme, uma verdadeira aula de história — na Max

Há histórias que não desapareceram com o tempo — apenas foram sufocadas até que o silêncio as tornasse convenientes. “Os Colonos”, longa dirigido por Felipe Gálvez Haberle, irrompe como um gesto de insubordinação à historiografia conivente, escavando as entranhas de um passado que nunca foi, de fato, enterrado. Mais do que uma representação de eventos, o filme estrutura-se como uma confrontação: não a respeito de episódios isolados, mas da lógica institucional que os sustentou — e que, disfarçadamente, persiste.

Ridley Scott entregou um épico medieval insano — e quase ninguém deu bola. Agora ele está no Prime Video Divulgação / 20th Century Studios

Ridley Scott entregou um épico medieval insano — e quase ninguém deu bola. Agora ele está no Prime Video

Ridley Scott reconstrói um episódio obscuro da França medieval para refletir um dilema brutalmente atual: o descrédito da palavra feminina diante do poder masculino. “O Último Duelo” não apenas revisita o passado com rigor, mas o reencena como espelho incômodo do presente, onde versões da verdade competem, a justiça se confunde com espetáculo e o silêncio é arma de controle e perpetuação da violência.

Ganhador de 3 Oscars, filme com Brad Pitt e Cate Blanchett adaptado para os cinemas de um conto de Mark Twain, está na Max Divulgação / Paramount Pictures

Ganhador de 3 Oscars, filme com Brad Pitt e Cate Blanchett adaptado para os cinemas de um conto de Mark Twain, está na Max

Há uma ironia profunda no modo como Fincher estrutura essa história: a juventude, tradicionalmente celebrada como o auge da vitalidade, torna-se aqui o presságio da dissolução. O tempo não é pano de fundo, mas personagem principal — uma força muda e implacável, que separa antes mesmo de unir. A estética do filme — desde os efeitos digitais que acompanham a inversão física de Pitt até a fotografia granulada que alterna entre luz crepuscular e sombras úmidas do Sul norte-americano — amplifica a sensação de que tudo está em processo de deterioração, mesmo quando parece nascer.