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Julia Roberts e George Clooney: retorno do casal mais amado do cinema em comédia perfeita para se jogar no sofá com um balde de pipoca, na Netflix Divulgação / Universal Pictures

Julia Roberts e George Clooney: retorno do casal mais amado do cinema em comédia perfeita para se jogar no sofá com um balde de pipoca, na Netflix

“Ingresso para o Paraíso”, dirigido por Ol Parker, não traz nada de novo à comédia romântica e nem ironiza seus moldes. O que faz, com habilidade, é reavivar esse gênero dentro de um contexto onde afeto, frustração e sarcasmo coexistem em um casamento desfeito, ainda vivo em disputas silenciosas. Julia Roberts e George Clooney, longe de atuarem como caricaturas do passado, operam como embaixadores de uma era em que o charme e o timing ainda sustentam o roteiro.

Genialidade de Emma Thompson em cena torna pequena comédia em obra-prima sobre se reinventar, na Netflix Divulgação / 3 Arts Entertainment

Genialidade de Emma Thompson em cena torna pequena comédia em obra-prima sobre se reinventar, na Netflix

A comédia muitas vezes se disfarça para entrar em territórios onde o drama hesita, e é justamente nesse entrelugar que “Talk-Show: Reinventando a Comédia” finca suas raízes. O filme, escrito e protagonizado por Mindy Kaling ao lado da irretocável Emma Thompson, parece operar sob o pretexto da sátira televisiva. No entanto, à medida que avança, se revela como uma reflexão incisiva sobre legitimidade, obsolescência e os mecanismos — frequentemente invisíveis — que mantêm o poder em constante reciclagem, mas raramente em redistribuição.

Filme com Angelina Jolie, na Netflix, é uma viagem nostálgica para as comédias românticas dos anos 2000 Divulgação / New Regency Productions

Filme com Angelina Jolie, na Netflix, é uma viagem nostálgica para as comédias românticas dos anos 2000

Ela sorri para a câmera com a habilidade de quem treinou cada músculo facial, domina a entonação como se a verdade fosse um roteiro e vive cercada por um verniz de perfeição que mais esconde do que revela. Lanie Kerrigan não é apenas uma repórter de televisão — ela é o próprio espetáculo. Mas o que acontece quando uma figura moldada para agradar descobre que o prazo de validade de sua existência está prestes a expirar?  “Uma Vida em Sete Dias” tenta responder a essa pergunta, mas tropeça na ousadia que a própria premissa exige. Ao invés de tensionar as amarras do gênero, o filme escolhe o conforto da superfície, flertando com o abismo apenas à distância segura do previsível.

Doce e charmoso,  filme com Isabelle Huppert e Lucas Bravo vai te arrancar suspiros, sob demanda, no Prime Video Divulgação / Amazon Prime Video

Doce e charmoso, filme com Isabelle Huppert e Lucas Bravo vai te arrancar suspiros, sob demanda, no Prime Video

Longe de apelar para o barulho estrondoso do cinema de apelo imediato, “A Senhora Harris Vai à Paris”, de Anthony Fabian, se revela uma celebração rara do cotidiano transformado em poesia. A protagonista, Ada Harris, uma viúva londrina que limpa casas para sobreviver, não se propõe a salvar o mundo, mas ousa resgatar a si mesma através de um gesto aparentemente trivial: adquirir um vestido da alta-costura Dior.

O filme que superou Capitão América e se tornou a maior bilheteria de 2025, até agora, nos cinemas americanos Divulgação / Warner Bros.

O filme que superou Capitão América e se tornou a maior bilheteria de 2025, até agora, nos cinemas americanos

Transformar um jogo sem enredo fixo em uma aventura cinematográfica foi o desafio improvável que “A Minecraft” abraçou com entusiasmo caótico. Sob a direção de Jared Hess, a narrativa se rende ao absurdo como linguagem, apostando em personagens caricatos, humor autorreferente e um universo visual que parodia a própria artificialidade dos blocos digitais — tudo com um charme desengonçado que beira o nonsense absoluto.