O fim do pai e o começo da voz: o que Natália Timerman e Leïla Slimani têm em comum
Duas escritoras, dois lutos, duas formas de entender a morte como ponto de virada. Uma encontra na ausência do pai a chave para a origem. A outra, o impulso para se tornar o que ainda não era. Ambas escrevem da margem da dor, mas sem sentimentalismo — com lucidez e desassossego. Quando o pai se vai, algo se desloca: a tradição cede, a identidade emerge, a escrita acontece. E talvez, entre o silêncio herdado e a voz recém-descoberta, o que se forma seja não só literatura, mas lugar para existir.