Autor: Sérgio Prudente

Guerra civil — o contraponto feminino à brutalidade da guerra Divulgação / A24

Guerra civil — o contraponto feminino à brutalidade da guerra

“Guerra Civil” apresenta uma narrativa que, à princípio, é um clichê. Seria mais um filme sobre a jornada de uma anti-herói mais velha e niilista que, ao reencontrar uma jovem, pode restaurar sua crença na vida e na humanidade. Um enredo de fórmula comum e que perpassa “Guerra Civil”, mas seria uma injustiça reduzir o filme a isso, pois, apesar da fórmula, a questão do feminino grita em meio à caracterização da brutalidade masculina sob o cenário da guerra.

Dias Perfeitos, de Wim Wenders: a inexorável repetição Divulgação / Wenders Images

Dias Perfeitos, de Wim Wenders: a inexorável repetição

O que, para alguns, pode se apresentar como um conformismo melancólico de uma vida trivial e acomodada na repetição, para outros, pode surgir como um reencontro com a finitude, marcada pela resposta do esteta à beleza da vida cujo valor se encontra no fim. “Dias Perfeitos”, filme de 2023, dirigido por Wim Wenders, a partir de um roteiro escrito por Wenders e Takuma Takasaki. Uma coprodução entre o Japão e a Alemanha, protagonizada pelo genial ator Kōji Yakusho. O filme retoma um olhar à uma estética do gesto, com delicadeza e reverência aos detalhes da vida ante a finitude.

Anatomia de uma Queda e a dissecação da verdade Divulgação / France 2 Cinéma

Anatomia de uma Queda e a dissecação da verdade

“Anatomia de uma Queda” (2023) entrou em cartaz, no Brasil em 2024. Sob direção de Justine Triet, que também assina o roteiro juntamente com Arthur Harari, alcançou a Palma de Ouro, em Cannes. Trata-se da história do julgamento de Sandra, vivido pela atriz alemã Sandra Hüller, uma escritora bem-sucedida, que mora com seu marido Samuel (Samuel Theis) e seu filho Daniel (Milo Machado Graner), em uma casa no alto de uma montanha, em Grenoble. Nesse cenário, ocorre a morte misteriosa de Samuel, um professor e escritor com uma carreira em decadência.