Preso sem acusação. Consumido pelo câncer. O escritor que obrigou o Brasil a encarar a própria vergonha
Ele nasceu longe das capitais e aprendeu cedo que a linguagem pode ser abrigo e ferramenta. Entre contas do balcão e noites de lápis, atravessou ofícios, eleições, celas e salas de hospital, e devolveu ao país uma maneira de se ler sem retoques. Sua obra fala baixo e fere fundo: números ditos às claras, personagens que respiram pouco, um Estado que aperta, uma família que conta moedas.