Autor: Giancarlo Galdino

Reginald Hudlin celebra a memória de Thurgood Marshall, advogado negro que se tornaria famoso ganhando causas em que defendia “pessoas de cor”, como enunciava a nomenclatura falsamente inclusiva da época, mas que só referendava ainda mais o preconceito. Seu talento o levou a ser escolhido o primeiro magistrado afrodescendente da Suprema Corte americana, a esfera mais alta do judiciário do país. A alma arrojada e humanista desse personagem, vem a lume em “Marshall: Igualdade e Justiça”, manifesto contra a opressão de um grupo étnico e um canto à dignidade de todos os homens.

Um garoto impulsivo se mete na pior encrenca de sua vida e quase arruína a vida de um homem. A vida dá voltas, mas o destino, sempre irônico, o coloca frente a frente com a vítima de sua inconsequência usando a mulher por quem os dois são apaixonados — e é possível que ela largue tudo para viver esse amor insano, quiçá doentio. Isso tudo é Pedro Almodóvar, no momento paroxístico de sua obra com “Carne Trêmula”, melodrama pleno das cores fortes que estampam os personagens e dos desejos reprimidos que lhes revestem a alma.

Além dos títulos originais Netflix, que a cada ano se superam em qualidade e nível de produção, a plataforma também possui em seu acervo diversos títulos excelentes de todos os tempos. Muitos deles, aclamados, premiados e reconhecidos como verdadeiras obras-primas do cinema. Se você está em busca de um cinema de arte para apreciar e se enriquecer culturalmente, aqui vão algumas dicas disponíveis no streaming.

Bandidos ladinos, que enganam a polícia sem muito esforço, comandam um assalto nada convencional. Até aí, nenhuma grande novidade; o destaque em “O Plano Perfeito” é a forma como seu diretor, o grande Spike Lee, passa a entender temas como igualdade entre indivíduos de grupos étnicos distintos, justiça social e o papel da polícia em meio a essas demandas. Acomodado à primeira vista, é preciso se chegar ao fim da história para se saber onde Lee quer chegar exatamente.