Autor: Giancarlo Galdino

Suspense com Julianne Moore vai tirar seu fôlego até a última cena Divulgação / Columbia Pictures

Suspense com Julianne Moore vai tirar seu fôlego até a última cena

“Os Esquecidos” aposta no lado ambivalente da natureza de cada um, tão cheio de luzes e sombras, de reentrâncias e saliências, subidas e declives, mantido a salvo da curiosidade quase sempre destrutiva de quem nos rodeia. O filme de Joseph Ruben, sobre uma mulher atormentada pela morte do filho num acidente de avião há catorze meses, é feito de detalhes que avançam numa direção, só para que, na iminência do desfecho, o diretor resolva interromper o fluxo e dar outra explicação ao mistério que se erigia.

Cinebiografia do maior poeta do rock nacional chega à Netflix e emociona com fórmula certeira Divulgação / 20th Century Fox

Cinebiografia do maior poeta do rock nacional chega à Netflix e emociona com fórmula certeira

Em “Somos Tão Jovens”, Antonio Carlos da Fontoura faz reviver a atmosfera do faroeste caboclo enunciado pelo Renatinho da Cultura (Inglesa), outro de seus apelidos, este por ter feito parte do quadro de professores da instituição entre 1978 e 1981. Até chegar ao célebre Russo, em memória do filósofo suíço Jean-Jacques Rousseau (1712-1788) e do matemático britânico Bertrand Russell (1872-1970), passaram-se intermináveis quatro anos, longe de serem tempo perdido.

A melhor ficção científica que você verá neste fim de mês acaba de estrear na Netflix Divulgação / Paramount Pictures

A melhor ficção científica que você verá neste fim de mês acaba de estrear na Netflix

O pulo do gato em “Infinito” é fazer com que o espectador acredite que a jornada de Evan McCauley é uma sucessão de acasos, o que acontece sem nenhuma dificuldade, já que essa é, basicamente, a história de qualquer um. Partindo de suas fraquezas, esse sujeito atormentado pode tornar-se uma figura mítica ou resistir, encarniçado na dúvida de que algum mistério caviloso integre sua essência.

Escritores identitários são premiados pelo que representam, não pelo que escrevem

Escritores identitários são premiados pelo que representam, não pelo que escrevem

A piedade nunca foi boa conselheira. Nos últimos anos, um novo critério parece ter se infiltrado silenciosamente nos bastidores dos grandes prêmios literários: o autor deve receber mais importância do que o que é escrito. Em muitos casos, a indústria literária passou a funcionar obedecendo a lógica semelhante à do marketing: quem representa minorias vende, gera manchetes, dá entrevistas, encaixa-se no discurso das novas gerações e, portanto, merece o investimento. Dar visibilidade a autores fora do cânone é fundamental — o que não significa rebaixar o padrão. Premiar alguém apenas por sua identidade é, em última instância, uma forma sutil de tutela.

Ouvir audiolivro é como dizer que foi ao Louvre porque viu fotos no Instagram: pura autoilusão

Ouvir audiolivro é como dizer que foi ao Louvre porque viu fotos no Instagram: pura autoilusão

A regra é clara: se não postou, não viveu — e que caiba no intervalo entre duas notificações. Quem é tão desocupado para conseguir ler um livro da primeira à última página, e, absurdo dos absurdos, sozinho com seus botões fazer um esforço para digerir o que acaba de registrar? Os audiolivros, dizem, são uma forma moderna de preservar-se alguma intimidade com a literatura, mormente num mundo onde tempo é, de fato, dinheiro, mas essa ideia esconde um atravanco monumental: o culto irrestrito à produtividade.