Autor: Giancarlo Galdino

O renascimento dos sebos: por que o livro físico nunca morre

O renascimento dos sebos: por que o livro físico nunca morre

Os sebos, velhos templos do livro usado, têm resistido, e novas livrarias especializadas em volumes de segunda mão estão aparecendo em cidades do mundo inteiro. Esses estabelecimentos são uma prova incontestável do poder da memória e dos afetos, além, claro, de encarnar, ainda que de maneira simbólica, a força da tradição sobre a tecnologia e o tal progresso, atrabiliário e excludente em muitas ocasiões. Um aviso, sutil e romântico, de que o conhecimento não cai do azul.

A geração que aprendeu mais com Harry Potter do que com a escola

A geração que aprendeu mais com Harry Potter do que com a escola

Minha experiência com “Harry Potter” resume-se a, no início da tarde de um dia qualquer de 1997, passar os olhos na capa espalhafatosa do volume na estante de um shopping próximo à escola que frequentava, consultar o índice, ler umas tantas páginas e não sentir coisa alguma. Nasci velho, porém muita gente chega ao mundo com sua idade cronológica ajustada à natureza da vida como ela é, e dessa forma, a mina de ouro descoberta por J.K. Rowling têm sua razão de ser. “Harry Potter” encarrega-se de traduzir os códigos menos cartesianos da vida, e isso Rowling sabe.

5 livros que tratam o amor como Nietzsche tratava a esperança: cruelmente

5 livros que tratam o amor como Nietzsche tratava a esperança: cruelmente

Friedrich Nietzsche (1844-1900), o filósofo da suspeita, jamais caiu na armadilha, fácil e deleitosa, de idealizar o amor, ao contrário: desnudou-o de seus véus morais e desceu a seu fundo trágico, dionisíaco, de gozo imediato e violento. Para Nietzsche, o amor está eivado de um instinto de dominação, de exercer sobre o outro total controle, possuí-lo para além do corpo, por óbvio, e adonar-se de sua alma. Nesta lista, figuram cinco livros, duros cada qual a sua maneira no que toca aos ardis cruéis do amor. Ninguém deixou de amar depois deles, mas decerto o amor perdeu muito daquela inocência malévola quando de sua publicação.

Faroeste com Sharon Stone e Leonardo DiCaprio é o melhor filme que você vai ver esta semana na Netflix Divulgação / TriStar Pictures

Faroeste com Sharon Stone e Leonardo DiCaprio é o melhor filme que você vai ver esta semana na Netflix

O império da lei era ainda um cenário distante em 1880, quando se desenrola a história de “Rápida e Mortal”; homens corretos, ladrões e meretrizes encontravam uma maneira qualquer para conviver em harmonia, e desses acordos tácitos nasciam relações que, não raro, sobrepujavam a morte. Histórias como essa, sobre indivíduos que desfilam na corda bamba da existência, na qual ficariam para sempre, até que sofrem um baque ainda maior do que aqueles a que estavam habituados, nunca saem da mira do espectador, e no filme de Sam Raimi isso resta mais e mais claro à medida em que vão se amalgamando tipos em diferentes níveis de marginalidade, uns mais sedutores, outros francamente abjetos.

Vencedor de 4 Oscars, o último grande filme de Ron Howard está na Netflix Divulgação / Universal Pictures

Vencedor de 4 Oscars, o último grande filme de Ron Howard está na Netflix

Aos vinte anos, o matemático John Forbes Nash Jr. (1928-2015) defende sua tese de doutorado na Universidade de Princeton. O estudo, revolucionário, consiste numa teoria que associa jogos e rivalidade na solução de questões econômicas, confrontando ninguém menos que Adam Smith (1723-1790) e promovendo a maior revolução em um século e meio de teoria econômica. Nash ganha os holofotes e torna-se famoso em todo o mundo, mas em “Uma Mente Brilhante” Ron Howard parece determinado a convencer o espectador de que nada foi tão simples assim — e não foi mesmo.