“Retorno da Lenda”, a começar do título, glamoriza a figura de um ladrão de gado e de cavalos que, a pouco e pouco, foi estendendo e sofisticando seu raio de negócios escusos até acumular dinheiro o bastante para isolar-se num rancho em Baxter Springs, até hoje pouco mais que um vilarejo providencialmente esquecido pelas autoridades no extremo sul do Kansas, Centro-Oeste dos Estados Unidos.
Homens que sabem avaliar o bordado das roupas; casamentos que acabam por falta de amor e outras necessidades; esposas que se deixam subjugar por seus maridos, atitude que julgam ser sinal de benquerença, mas que se afina mais à ideia de posse e cerceio: esses são alguns recortes feitos por “Quatro Histórias de Desejo 2” sobre a Índia, um país que ruma para o desenvolvimento econômico cada vez mais certo, mas que não se livra de tradições que aprisionam a mulher.
“Freaky — No Corpo de um Assassino”, no entanto, transcende a regra. Flanando pelo terror apenas como pretexto para anunciar outras intenções — quando não faz um excêntrico pacto com a diversão pura e mais antinaturalista, que só mesmo indivíduos de carne, osso e, por óbvio, uma alma construída com sonhos de todas as grandezas compreendemos —, o filme de Christopher Landon está sempre a um passo de desnortear a audiência.
Não existe nada de original em “A Ilha da Fantasia”, a releitura de Jeff Wadlow para o famoso seriado de televisão exibida pela ABC entre 1978 a 1984, no qual o senhor Roarke de Ricardo Montalban (1920-2009), o dono de um resort luxuoso em algum lugar do Pacífico, ciceroneava famosos (ou nem tanto), arrancando-lhes as confissões que davam azo ao episódio do dia. Mas o filme de Wadlow tem seus encantos.
Christopher McQuarrie deixa no ar o que pretende com seu “Missão: Impossível: Efeito Fallout” (2018), que além do alvoroço habitual que encanta para muito além das plateias já afetas a esses enredos, condena a incurável ganância do homem, aqui em busca de um recurso mineral que pode arruinar de vez as já precárias condições de sobrevivência na Terra.
