Autor: Giancarlo Galdino

Quase perfeito: filme com Sophia Loren na Netflix é um soco no estômago e tocará sua alma Regine de Lazzaris A. Greta / Netflix

Quase perfeito: filme com Sophia Loren na Netflix é um soco no estômago e tocará sua alma

Em “Rosa e Momo”, Loren matou dois coelhos com uma só cajadada: voltou por cima e ainda deu uma forcinha para o filho, Edoardo Ponti, diretor do longa. Baseado em “A Vida pela Frente” (1975), de Romain Gary (1914-1980), já adaptado por Moshé Mizrahi (1931-2018) em “Madame Rosa” (1977), o filme de 2020 mantém a história consagrada pela pena de Gary. Madame Rosa, de Loren, sobreviveu ao Holocausto, o extermínio de judeus durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), mas não à dureza de ter de ganhar a vida como prostituta.

Reviva a magia: filme que marcou uma geração está esperando por você na Netflix Divulgação / Columbia Pictures

Reviva a magia: filme que marcou uma geração está esperando por você na Netflix

“Karatê Kid – A Hora da Verdade” é um filme surpreendente. A uma análise precipitada, imagina-se que o texto de Robert Mark Kamen vai girar sem definição em torno de um garoto meio simplório, que decide aprender uma arte marcial depois de esgotar as chances de um diálogo franco e civilizado com tiranos da mesma idade. Mas uma amizade improvável transforma qualquer má impressão.

Prepare os lencinhos: história de amor belíssima na Netflix vai encantar os apaixonados por livros Divulgação / Globo Filmes

Prepare os lencinhos: história de amor belíssima na Netflix vai encantar os apaixonados por livros

Aqueles que sempre se reconheceram na própria vida dificilmente conseguem entender uma parte fundamental da vida de Elizabeth Bishop, contada por Bruno Barreto em “Flores Raras”. A cinebiografia de Barreto desmembra a longa jornada de descoberta, autodescoberta, superação, dúvidas, respostas, mais dúvidas e a dupla epifania que a aproximou do Pulitzer, conquistado um lustro depois, em 1956, e a empurrou para uma paixão intensa, insana, lentamente transformada num amor dialético, mas verdadeiro.

Da sua estante para as telas: romance na Netflix conta como nasceu clássico que revolucionou a literatura Ricardo Vaz Palma / Pyramide Films

Da sua estante para as telas: romance na Netflix conta como nasceu clássico que revolucionou a literatura

Em “Mary Shelley”, a saudita Haifa Al-Mansour celebra a figura da personagem-título, autora de “Frankenstein” (1818), reavivando o debate cada vez mais urgente sobre a necessidade feminina de afirmar-se. A cinebiografia da literata em alguns momentos até parece que vai derivar para a influência nefanda que o poeta Percy Bysshe Shelley, primeiro seu amante e depois seu marido, teria conseguido exercer sobre sua produção, mas Al-Mansour é hábil em fazer com que o interesse do público por sua heroína vença.

Renove seu espírito: comédia na Netflix é uma dose de felicidade para o coração Divulgação / Netflix

Renove seu espírito: comédia na Netflix é uma dose de felicidade para o coração

Malgrado uma leveza inconsequente — e algo pueril —, há uma gota de Liev Tolstói (1828-1910) em “O Preço da Família”, a dramédia do italiano Giovanni Bognetti. Em “Anna Kariênina” (1877), obra em que levanta alguns dos tantos véus das relações humanas proclamando verdades categóricas que apenas se moldam às quadras do existir, o russo imortaliza uma das sentenças mais cortantes a respeito de famílias, suas poucas bênçãos e suas inúmeras tragédias. Coonestada no filme de Bognetti.