Autor: Giancarlo Galdino

Agatha Christie aplaudiria de pé: o último grande suspense do cinema voltou à Netflix Claire Folger / Distribution Company

Agatha Christie aplaudiria de pé: o último grande suspense do cinema voltou à Netflix

Rian Johnson mergulha no whodunnit tradicional apenas para subvertê-lo com inteligência narrativa e personagens afiados como facas — ou como herdeiros mimados. O filme parte de um assassinato aparentemente resolvido e transforma a revelação precoce do crime em combustível para uma investigação sobre classe, privilégio e hipocrisia. Com direção inventiva e um elenco afiado, Johnson constrói um quebra-cabeça envolvente que entretém e provoca em igual medida, tornando o filme uma joia moderna do gênero.

Últimas semanas para assistir: o maior faroeste da história do cinema será removido da Netflix Divulgação / Paramount Pictures

Últimas semanas para assistir: o maior faroeste da história do cinema será removido da Netflix

Quanto mais o tempo passa, mais se tem clara a superioridade artística de Sergio Leone. Em “Era uma Vez no Oeste”, o diretor extrai poesia da vastidão árida do Velho Oeste e dos sujeitos coléricos que a habitam. É o filme em que melhor alia a tensão dramática ao deslizar melífluo das horas. A trilha de Ennio Morricone, as atuações de Claudia Cardinale, Charles Bronson e Henry Fonda, e um roteiro que atravessa juras de morte, adultérios e vinganças fazem deste western uma aula de cinema. Sai da Netflix em breve. Restam poucos dias para assistir.

7 romances que Nietzsche chamaria de confessionais (e leria duas vezes)

7 romances que Nietzsche chamaria de confessionais (e leria duas vezes)

Friedrich Nietzsche (1844-1900), o filósofo da transvaloração de todos os valores, da afirmação da vida e da crítica extremada à velha moral, mantinha uma relação complexa com a literatura e a arte. O que faz dado romance ser “confessional” na rigorosa acepção nietzschiana? E por que tais romances merecem uma releitura atenta do pensador que enaltecia a verdade trágica e a força oculta no existir de cada um? Na lista da vez, sete romances que passariam no padrão Nietzsche de qualidade por se recusarem a falsificar experiências, declinando da consolação fácil e exigindo que o leitor descubra-se, vendo-se como é.

8 romances que filosofam melhor que muito doutorado em Kant

8 romances que filosofam melhor que muito doutorado em Kant

Em sua forma mais pura, a filosofia nasce do espanto. Antes de tornar-se um sistema, um código ou uma escola de pensamento, ela foi perplexidade frente ao mundo, angústia diante do tempo, assombro a atacar a morte. A literatura tem o condão de devassar a vida por dentro, enquanto a filosofia muitas vezes a observa de fora, com as pinças gélidas da razão conceitual. Romances não precisam resolver coisa alguma, e assim mesmo, explicam o mundo ao colocar o leitor diante da tensão irreconciliável. Isso é o que se constata na seleção abaixo, com oito romances que se equiparam ao melhor da filosofia de Kant que, claro, nunca há de perder sua relevância.

7 livros que tocam onde a terapia não alcança

7 livros que tocam onde a terapia não alcança

Conhecer-se é se libertar, e a psicoterapia, em suas diversas abordagens, tornou-se não apenas um recurso de cura, mas uma forma de alcançar esse tão desejado autoconhecimento. Viver é uma dança no escuro. Cada instante é um enigma, e a consciência, esse lampejo breve entre dois abismos, tenta costurar alguma lógica entre nascimento e finitude. Em Dostoiévski, Rilke ou Tolstói, achamos um esforço por registrar o extraordinário que rodeia-nos neste plano; assim, os três figuram, ao lado de mais quatro escritores, na lista que preparamos, com sete livros que vão mais fundo que as muitas horas de análise e, às vezes, os medicamentos.