Autor: Eberth Vêncio

A quinta-série teima em habitar o coração dos homens

A quinta-série teima em habitar o coração dos homens

Éramos quinze veteranos em regular estado de conservação. A gente ainda dava um caldo. Embarcamos na novíssima van do Calcinha para vencer os 150 km até a pequena e pacata cidade de Gueirobas da Serra, que sequer constava nos mapas oficiais. A cidade era ruim, mas, o povo, bom-até-mandar-parar. A ida dentro daquele coletivo foi silenciosa e tranquila. Afinal, tínhamos acordado às 5 da matina e estávamos sonolentos. O jogo comemorativo aos 70 anos do Rochinha estava agendado para começar pontualmente às 9. Ou não.

Desconstrua seus sonhos

Desconstrua seus sonhos

Venda o carro. Vá a pé até a próxima venda e compre frutas da estação. E faça de um limão uma rima ou nada. Aquele nado-de-cachorrinho no ribeirão fresco da sua meninice. Sem querer, acabei acometido por insights ligeiramente avacalhados. Afrescalhe-se. Vista uma calça vermelha. Compre um livro de poesia. Mova-se, mas, acima de tudo, comova-se com o belo e indigne-se com as injustiças.

Playlist do camburão: 10 marchinhas de carnaval para cantar e ser preso

Playlist do camburão: 10 marchinhas de carnaval para cantar e ser preso

Já houve uma fase da vida em que eu não suportava o carnaval. Hoje em dia, sinto apenas ojeriza. Significa que melhorei, entendem? Não sou a ala das baianas, mas estou evoluindo. Aproveitando então a ociosidade, achei que teria a maior irrelevância — portanto, fiquei bem animadinho — compilar as 10 marchinhas mais preconceituosas e politicamente incorretas de todos os tempos, aquelas que estão e que sempre estiveram na ponta da língua dos foliões brasileiros.

DR de carnaval entre Arlequim e Colombina

DR de carnaval entre Arlequim e Colombina

O carnaval é marcado por encontros e desencontros, paixões e despedidas. Neste diálogo entre Arlequim e Colombina, suas discussões sentimentais ganham voz por meio de versos extraídos exclusivamente de marchinhas tradicionais. A conversa explora as emoções, dramas e alegrias da época, compondo uma narrativa que reflete o espírito característico do carnaval brasileiro. O resultado é um diálogo musical, onde cada frase é parte da memória coletiva dessa festa popular.

No que um tolo acredita

No que um tolo acredita

Enquanto me aborrecia com os derrapadas vocais do icônico cantor norte-americano, notei a presença de uma dupla que conversava do outro lado da rua, sob a cobertura metálica de um ponto de ônibus. Era um homem velho e um rapaz. Senti um imediato banzo de saudade. A aparência do velhote lembrava meu pai: magricelo, nariz adunco, estatura mediana, cabelos lisos e levemente grisalhos, camisa listrada de mangas longas, cuja extremidade inferior estava enfiada dentro da calça de gabardine, meias sociais pretas e o tênis multicolorido destoando de tudo.